Para ter proposta decente para o salário, vamos ampliar a greveEm negociação desde a última quarta-feira, o governo e os banqueiros deixaram claras suas intenções. Querem cansar nossa greve para rebaixar uma possível proposta de acordo, expediente já usado, e muito, nos últimos anos.

Os bancários realizam uma das mais fortes greves dos últimos anos. Na sexta-feira, 7.053 agências pararam as atividades no Brasil; 32 mil bancários só em São Paulo, Osasco e Região.

Devemos aproveitar a força acumulada até agora para expandir ainda mais a greve nessa semana. Somente aumentando a mobilização poderemos começar a mudar o ~script~ traçado.

Banqueiros e governo querem negociar somente a PLR e o Sindicato faz o jogo, deixando o salário de lado. Uma traição à nossa greve. Sabemos que a PLR é importante, mas é no salário que temos que colocar nossas forças. Os últimos acordos onde os reajustes eram rebaixados, só serviram para aumentar ainda mais a pressão pelas metas e se usa como justificativa a própria participação nos lucros.

Esse teatro que fazem os banqueiros e governo com a ajuda do sindicato (que mostra que não tem independência dos patrões e de Lula), tem que acabar. Só assim a categoria terá uma saída vitoriosa. Nossa greve pode conquistar muito mais que 1% ou 2% acima da inflação. Garantir a estabilidade no emprego para os bancos privados, PCS e Isonomia para todos, além da pauta específica do BB, CEF e Nossa Caixa é o rumo de nossa luta.

Devemos chamar mais colegas para ajudar na paralisação e participar das assembleias. É tempo de todos os bancários tomarem a campanha em suas mãos. Uma greve que já é vitoriosa por seu tamanho, pode representar também a inversão da perversa combinação de arrocho e assédio, e isso é uma tarefa de todos.

Dividir o inimigo para ter vitória: tirar o governo debaixo da mesa da Fenaban
Negociação específica no BB, CEF e Nossa Caixa Já! Uma greve tem que em primeiro lugar se pautar pela independência do governo e dos patrões. Somente assim se vence uma luta.

Num momento onde as negociações de fato se encontram travadas, além de ampliar a greve, temos que dar os caminhos corretos a ela. E expor o governo ao pressionar para que negocie de fato no BB, CEF e Nossa Caixa, é um deles.

Sabemos que o sindicato é governista e para ajudar Lula, foi capaz de impedir a greve nas metalúrgicas do ABC, que fechou o menor acordo do país, pois todos os outros sindicatos que fizeram greve receberam mais do que os famigerados 6,5% da CUT. Pior, nos Correios fez de tudo para encerrar a greve e aceitar um acordo de dois anos.

Os bancários não podem deixar isso acontecer agora. Chega de ficar passivos enquanto escutamos o BB e CEF dizer que só haverá nova negociação após a proposta da Fenaban.

É preciso votar nas assembleias carta pública ao governo para que negocie de fato nos bancos públicos. Colocar cartazes na porta dos bancos, com a foto dos banqueiros e também de Lula, pois são eles os responsáveis pela greve.

Dividir o inimigo nesse momento é a melhor estratégia para garantir um patamar vitorioso para toda a categoria. Campanha unificada sim, mesa única que ajuda o patrão, não!