Sandra Fortes, presidente do PSTU da cidade e dirigente sindical, está sendo perseguida pela prefeitura

O prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes, do PSDB, abriu um processo administrativo calunioso contra a professora Sandra Fortes, presidente do Diretório Municipal do PSTU. Este é o ataque mais frontal feito pelo governo à professora, que é uma das principais dirigentes das lutas do funcionalismo público municipal. Sandra Fortes é membro da Executiva da Subsede da Apeoesp Taboão e da diretoria da ATRASPACTS (Associação dos Trabalhadores da Prefeitura, Autarquias e Câmara de Taboão da Serra).

A associação impulsionou a formação de um Comando de Greve e a unidade com o Siproem (Sindicato dos Professores Municipais de Barueri e Região), deflagrando uma greve do funcionalismo municipal que durou 20 dias, em  junho passado, pelo cumprimento da data base, reajuste salarial e direitos há anos ignorados pelos prefeitos da cidade. Foi a maior greve na história do funcionalismo de Taboão, dirigida por uma corajosa vanguarda de ativistas, a maioria mulheres, que se enfrentou com o prefeito e seus secretários, com a Câmara de Vereadores subordinada ao Executivo e com a legião de “livre nomeados” (diretores, supervisores, chefes e puxa sacos em geral) que oprime os servidores nos locais de trabalho. O prefeito se recusou a negociar, mas foi obrigado pela greve a conceder um abono salarial de R$100 a R$200 aos trabalhadores das faixas salariais menores.

Com o retorno ao trabalho, o governo passou a perseguir as lideranças da greve, transferindo arbitrariamente quatro profissionais de seus locais de trabalho e ameaçando muitos outros. Através de liminar na Justiça, o prefeito foi obrigado a pagar os dias da greve que havia descontado dos salários dos trabalhadores da Secretaria da Educação, mas os das secretarias da Assistência Social, Manutenção e Cultura ainda não receberam e aguardam uma decisão judicial. A campanha salarial continua.

Criminalização e perseguição política
Os ataques do governo a Sandra Fortes são parte desta perseguição geral aos grevistas e se iniciaram logo no começo da mobilização, quando o prefeito declarou aos jornais que ela era responsável pela greve devido a “interesses partidários”. Em seguida, o líder do governo na Câmara, vereador Marco Porta (PRB), tentou criminalizá-la colocando em dúvida o diagnóstico de cisto na corda vocal que levou a Medicina do Trabalho da Prefeitura a readaptar a forma de trabalho de Sandra. O vereador acusou-a de não ter voz para trabalhar, mas ter voz para falar no carro de som dos grevistas, acusação que foi repetida integralmente pelo prefeito numa coletiva à imprensa.

Na portaria que informa a instauração do processo administrativo, o prefeito acusa falsamente Sandra Fortes de “suposto aliciamento de menores”, o que deduzimos que esteja relacionado ao fato de alunas e alunos da escola em que a professora trabalha terem escrito “cartinhas” ao prefeito solicitando melhorias para o funcionalismo. Fernando Fernandes e a “primeira dama”, deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), costumam  tirar fotos com centenas de crianças nas festas juninas das escolas, com objetivos eleitoreiros.  Mas, quando as crianças defendem suas professoras, ele considera “aliciamento”.

O prefeito também tem espalhado através de seus puxa-sacos e fura-greves a fábula de que não negocia com os funcionários públicos porque se recusa a sentar na mesma mesa com o PSTU e Sandra Fortes. Na verdade, ele se recusa a negociar com o Comando de Mobilização e com as entidades representativas do funcionalismo (Atraspacts e Siproem).

Estes fatos demonstram que há uma perseguição política promovida pelo governo do PSDB e seus aliados contra o PSTU, na figura de nossa principal representante pública. Seguindo os passos de seu chefe, o governador Alckmin, o prefeito de Taboão se vale de acusações falsificadas com o objetivo de difamar e criminalizar o partido e Sandra Fortes.  Existe um aumento da repressão às lutas dos trabalhadores, com abertura de processos fraudulentos que levam a demissões e prisões de ativistas em todo o país.

Estes métodos não são novidade. As classes dominantes sempre utilizaram a calúnia e a difamação para atacar os oprimidos, principalmente aqueles homens e (sobretudo) mulheres que se colocam à frente das lutas dos trabalhadores e ousam desafiar seu monopólio de poder econômico e político.

Somos perseguidos por combater os donos do poder
O PSTU, tendo como principal porta voz a companheira Sandra Fortes, junto a outros partidos e organizações de luta dos trabalhadores, vem fazendo uma denúncia permanente dos governos de Taboão, que são verdadeiros “balcões de negócios” dos empresários e seus representantes políticos, que enriquecem através da manipulação dos recursos públicos.

No governo anterior do PSB/PT, impulsionamos a luta pelo “Fora Evilásio”, junto ao Comitê de Luta contra a Corrupção, que denunciou o roubo do IPTU que lesou o caixa da prefeitura em mais de R$ 50 milhões, para beneficiar empresários da cidade. Nas eleições municipais de 2012, o PSTU junto com o PSOL formou a Frente de Luta Socialista, apresentando candidatos a prefeito e vereadores de luta e independentes dos donos do poder em Taboão. Participamos das Jornadas de Junho do ano passado junto com a juventude exigindo melhorias no transporte coletivo e denunciando o monopólio das empresas Pirajuçara e Miracatiba. Vimos denunciando o governo atual do PSDB, que através da privatização da Saúde e da Educação Pública, entrega milhões de reais por mês a empresas privadas, para manter serviços de péssima qualidade à população.  Nas eleições denunciamos o financiamento milionário dos candidatos dos partidos que estão no poder pelas empresas beneficiadas com recursos públicos.

Enquanto tudo isso acontece, o funcionalismo municipal vive com salários arrochados e sem direitos básicos como vale transporte e outros. Sandra Fortes esteve na linha de frente das principais lutas do funcionalismo municipal dos últimos anos: a greve de 2005, as greves das professoras ADI’s em 2011 e 2012, e a greve do funcionalismo de 2014.

É por ter esta trajetória de luta que Sandra Fortes e o PSTU são perseguidos pelo governo autoritário do PSDB.

Não nos calarão!
Para Fernando Fernandes é inadmissível “sentar à mesma mesa” para negociar com lideranças como Sandra Fortes, que representam a maioria de mulheres e negros que formam o exército de explorados e oprimidos do funcionalismo e da classe trabalhadora. Para os donos do poder é inadmissível ouvir a voz de uma mulher negra que tem a coragem de denunciar o sistema político corrupto e coronelista que impõem à cidade. Querem calar esta voz dos explorados e oprimidos.

Sandra Fortes tem recebido a solidariedade de seus colegas funcionários públicos e das mães e pais de alunos e alunas que conhecem seu trabalho, sempre exercido com criatividade e responsabilidade reconhecidas por todo trabalhador honesto. As entidades dos trabalhadores também se posicionam em sua defesa. É nas mãos dos trabalhadores e de seus filhos e filhas e das entidades de nossa classe que colocamos a defesa da integridade física e moral de Sandra Fortes.  

Chamamos os trabalhadores e trabalhadoras e suas entidades de luta a se solidarizarem com a companheira Sandra Fortes, enviando moções de apoio, fazendo postagens nas redes sociais e exigindo a retirada do processo calunioso movido pelo prefeito do PSDB.

PSTU – Taboão da Serra (SP)

Envie email para:

Secretaria Municipal de Governo    

Secretário Dr. Cândido Ribeiro

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Secretaria de Gestão de Pessoas    

Secretário Sr. Gilmar Leone

[email protected]        

 

Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia

Secretário Sr. João Medeiros de Sá Filho  

[email protected]

 

Com cópia para:

Apeoesp Subsede Taboão

[email protected]