Processos administrativos fazem parte da campanha que tenta criminalizar os movimentos sociaisO governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), está comandando um violento ataque contra professores e funcionários de escolas públicas, uma das principais categorias do estado.

Numa tentativa de intimidar o movimento, a Secretaria de Educação instaurou uma comissão de sindicância e despachou intimações de processos administrativos contra membros da categoria que participaram de uma manifestação política no final do ano passado.

No dia 7 de dezembro, a categoria fez um ato na frente da Secretaria de Educação, para protestar contra 14 mil demissões de professores e funcionários, por reajuste salarial e por medidas que restringem avanços na carreira.

Os manifestantes exigiam ser recebidos pelo atual secretário de Educação e irmão do governador, Maurício Requião. Entretanto, o secretário manteve-se intransigente e se recusou a receber representantes da categoria. Mas o autoritarismo do governo do estado não parou por aí. Durante o protesto, membros da Secretaria, sob o comando de Mauricio Requião, organizaram um tumulto farsesco cujo objetivo era criminalizar a manifestação, justificando assim a criação da sindicância. Como se não bastasse, a rede de TV pública do estado, que sofre de forte ingerência, desatou a fazer campanha contra os trabalhadores da educação mostrando-os como “vândalos” e “arruaceiros”.

Nesta segunda-feira, dia 20, compareceram para depor na Comissão de Sindicância os professores de Curitiba Teresa Lemos, Vilma Santos Costa e Claudemir Figueiredo Pessoa, que é militante do PSTU. Mais seis professores e funcionários do interior do Paraná serão chamados nos próximos dias.

A ardilosa trama mostra qual é exatamente a relação que o governo do estado tem com os movimentos sindicais que resolvem questioná-lo. Utilizando-se de um populismo decadente e amplamente apoiado pelo PT, Requião não hesita em reprimir, criminalizar ou demitir aqueles que enfrentam sua política de desmonte do ensino público.

Mas a ação autoritária do governo também coloca por terra o discurso de “governo em disputa”, ou ainda pior, de “governo aberto ao diálogo”, proferido pela corrente petista Democracia Socialista, que dirige o sindicato dos trabalhadores da educação do estado (APP).

O resultado não poderia ser outro. Ao semear ilusões e depositar confiança nesse governo dos patrões, a APP fragiliza a categoria e permite que Requião avance no desmonte da educação pública do estado, no avanço da precarização das relações trabalhistas e na manutenção do arrocho salarial.

A cara feia da repressão é a verdadeira face desse governo que usa um discurso populista para ocultar uma prática neoliberal.

É preciso denunciar o verdadeiro caráter desse governo e prestar a mais urgente solidariedade aos ativistas que estão sendo processado.

Todas as entidades dos movimentos sindical, popular e estudantil podem enviar mensagens de repúdio à ação arbitrária para os seguintes endereços:

Casa Civil: [email protected]
Secretaria de educação: [email protected]
Ouvidoria: – [email protected]

Com cópia para: [email protected]