Protesto em frente à Bovespa na manhã desta sexta, 19. Foto Sindicato dos Metroviários
Redação

Consórcio liderado pela CCR (Camargo Correa e Andrade Gutierrez) pagam R$ 500 milhões para explorar por 20 anos linhas que custam R$ 10 bilhões. Luta contra a privatização continua

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu, na noite dessa quinta-feira, cassar na Justiça a liminar que suspendia o leilão das linhas 5 e 17 do metrô, com a ajuda do presidente do Tribunal de Justiça (TJ-SP), o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças.

Na manhã desta sexta, o resultado foi aquele que os metroviários anunciaram com mais de uma semana de antecedência. Comprovando o direcionamento da licitação nessa privatização fraudada, a CCR levou as linhas (liderando um consórcio que tem ainda a Ruas Invest). A CCR é controlada pelas empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, envolvidas na Lava Jato.

O lance vencedor, de R$ 553,88 milhões é ridículo perto dos R$ 10 bilhões do dinheiro público previstos para a construção das linhas. O governo gasta esse dinheiro para construir o metrô e, por um valor irrisório, dá para o setor privado explorar por 20 anos, garantindo ainda em contrato os lucros do consórcio (caso as obras não sejam entregues pelo estado a tempo ou a demanda de passageiros fique abaixo do previsto), num “capitalismo sem riscos” bancado por recursos públicos.

Prejuízo que dificilmente essas empresas terão. Pelas estimativas de demanda das linhas privatizadas, em poucos meses as empresas já recuperarão o dinheiro da outorga. Depois disso, é só lucro.

Greve
Os metroviários realizaram uma forte e vitoriosa greve nesse dia 18 de janeiro, que parou grande parte das linhas e denunciou à população a negociata envolvendo a privatização das linhas. Quando a população era informada do motivo da greve, apoiava massivamente a greve, mesmo com toda a campanha realizada pelo governo e a imprensa.

Ontem fizemos uma greve para denunciar essa licitação direcionada e os prejuízos da privatização para a população. Alckmin está destruindo um patrimônio público para entregar à CCR, que custeou sua campanha eleitoral e provavelmente vai custear a próxima. Nossa luta é por um metrô estatal, público e de qualidade para a população e por isso seguiremos mobilizados contra os ataques deste governo”, disse Narciso Soares, funcionário da Linha 5 do Metrô e diretor do Sindicato dos Metroviários.

Na manhã desta sexta, os metroviários protestaram contra a entrega do metrô em frente à Bovespa, prometendo continuar a luta contra a privatização de Alckmin.

Com informações da CSP-Conlutas