O Congresso norte-americano aprovou, no dia 27 de abril, a Lei de Entretenimento Familiar e Direitos Autorais, que permite às distribuidoras de DVDs cortes de cenas que apresentem sexo, violência, homossexualismo e mesmo relações extraconjugais de forma excessiva, sem que sejam acusados de infração aos direitos autorais. A medida foi criticada por diversos cineastas, que enxergam nisso não só a violação de direitos autorais, como a deturpação da mensagem original de suas produções. Um dos filmes que sofreram adulteração é `O Resgate do Soldado Ryan`, cujas cenas mais fortes das batalhas foram censuradas.

Não se sabe ao certo a quantidade de filmes, alugados ou vendidos, que já foram alterados, mas cresce o número de empresas que oferecem programas-filtro para centenas de filmes por US$ 4,95 mensais. Ao acoplar o programa nos equipamentos de DVD, o usuário pode acionar um mecanismo que permite que trechos indesejados dos filmes sejam pulados. Muitos afirmam que é justamente em benefício dessas empresas que a lei foi sancionada.

Como a lei também prevê a criminalização da distribuição de cópias piratas de DVDs, os estúdios não reclamaram da censura aos filmes.

No entanto, tem ganhado força uma onda conservadora, pelo resgate da “moral e bons costumes“, fortemente apoiada pelo governo estadunidense e que têm incentivado inclusive um movimento de defesa do sexo apenas após o casamento. Recentemente, o desenho animado “Os Incríveis“ recebeu críticas por sua mensagem subliminar: a tradicional família norte-americana – pai, mãe e filhos, todos brancos – como os verdadeiros heróis da nação.