Redação

A direção da Petrobrás anunciou nesta sexta-feira, 3, o novo aumento do gás de cozinha (o chamado GLP, Gás Liquefeito do Petróleo). O novo reajuste é de 4,5%, totalizando cinco aumentos consecutivos. O novo preço passou a vigorar nesse dia 5, domingo. Desde que a Petrobrás mudou sua política de preços do gás de cozinha, em junho, o produto acumula alta de 54%.

Já o gás para embalagens maiores que 13 quilos, utilizadas no comércio e indústria, sofreu alta ainda maior, de 6,5%. Desde que a empresa adotou o novo critério de reajuste, esse tipo de gás encareceu 29,5%.

A desculpa para o novo aumento é a cotação do produto no mercado internacional e a variação do câmbio. Esse é o critério adotado pela Petrobrás desde junho para determinar o preço do produto do qual dependem 96% das famílias no país, abastecendo 59,5 milhões de residências. Para se ter uma ideia do que é isso, entre 2003 e 2016 o reajuste realizado ao GLP pela Petrobrás foi de 16,4%.

Essa política de preços adotada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Petrobrás determina que você vai pagar mais pelo gás não por eventuais problemas de produção, ou alguma dificuldade da estatal, mas simplesmente porque o preço do gás na Europa subiu por conta do inverno na região. E porque o dólar está mais caro. O preço do seu gás de cozinha é ditado pelo mercado internacional, mês a mês.

De acordo com a gestão Pedro Parente na Petrobrás, a nova política de preços está em “linha com o planejamento estratégico 2017-2021 da estatal“. Planejamento este que significa o avanço da privatização da Petrobrás, a exemplo do que a empresa vem fazendo com as suas subsidiárias, como a Liquigás, distribuidora vendida recentemente ao grupo Ultragaz, assim como as sucessivas tentativas de privatização da BR Distribuidora. É uma política que privilegia os lucros dos acionistas internacionais da Petrobrás e as empresas privadas que atuam na distribuição do produto, em detrimento dos milhões de famílias que dependem do gás para cozinhar.

A nova política de preços do gás de cozinha acontece simultaneamente à política de “desinvestimento”, eufemismo para a privatização da empresa, que prevê a venda de ativos da estatal. Processo que deve ter um salto com a publicação de um decreto presidencial que permite as sociedades de economia mista, como a Petrobrás, vender ativos sem nem sequer licitação.

Depois de dilapidar a Petrobrás após anos de corrupção nos últimos governos, o governo Temer quer entregar a empresa de bandeja ao capital internacional. E quem vai pagar, ou já está pagando, são os trabalhadores e a maioria da população.

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