Polícia provocou e agrediu os estudantes

Depois de estender e obstruir a votação por mais de uma semana, a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou, no dia 28 de setembro, a manutenção dos vetos do governador “Zeroaldo” Alckmin à emenda que aumentava, depois de muitos anos, o Orçamento da Educação fundamental e superior. Desde que o governador vetou essa emenda, resultado das mobilizações e da greve de quase 90 dias de 2004, as universidades estaduais paulistas (USP, UNESP, Centro Paula Souza e Unicamp) paralisaram as atividades.

Várias passeatas pararam a Avenida Paulista e as imediações da Assembléia, levando a um confronto no dia 14 de setembro, quando os estudantes foram agredidos e enfrentaram policiais militares nas redondezas da Alesp. Esse tempo foi necessário para que o PSDB comprasse, com verbas para projetos e emendas, vários deputados ditos “oposicionistas“.

Pedagogia do porrete
No dia 28, indignados com a postura do governo e com a demagogia dos deputados do PT, mais de dois mil estudantes e servidores das três universidades se concentravam do lado de fora da Assembléia, cercados pela Tropa do Choque da PM e pela cavalaria, que passou o tempo todo provocando os estudantes.

Para denunciar à população o descaso do governo com a educação, por volta das 21h os manifestantes subiram em passeata novamente até a Avenida Paulista. Ao finalizar a marcha no Parque Trianon, com a concentração já dispersa, a PM atacou os estudantes com bombas de gás e balas de borracha, chegando a perseguir os estudantes e trabalhadores pelas ruas da região. Pelo menos três manifestantes ficaram feridos no confronto, novamente repetindo o papel repressor da polícia de Alckmin contra os movimentos sociais.

Mobilização não pára
A luta não pode parar. A situação das universidades estaduais beira ao caos, com a Unesp cancelando o pagamento do 13º salário dos servidores, tal como as contas cotidianas, a Unicamp ameaçando fazer o mesmo e a USP, ainda sem recursos para manter os cursos novos e os já existentes, sinaliza o aumento de 110% dos restaurantes e a suspensão do atendimento médico gratuito no Hospital Universitário. Essa situação com certeza vai fomentar novas mobilizações dos estudantes.