golpistas estudaram em centro dos EUA que formou militares e torturadoresNos tempos da guerra civil nicaraguense, Honduras era conhecido como o “porta-aviões” dos EUA na América Central. Era chamado assim devido ao suporte do país às ações contrarevolucionárias na região. Era dali que saíam armas aos “contras”, mercenários recrutados para combater os sandinistas nas selvas da Nicarágua. Também de lá partiam para El Salvador inestimáveis reforços no combate à Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN).

Por trás desses episódios, há uma longa história que envolve uma das instituições mais odiosas do imperialismo, a School of the Americas (SOA, em inglês), ou simplesmente Escola das Américas.

O atual chefe das Forças Armadas de Honduras, Romeo Orlando Vásquez Velásquez, que destituiu o presidente Zelaya, graduou-se na infame escola, com outros dirigentes militares do país. Vásquez estudou na SOA em 1976 e 1984. O atual chefe da Força Aérea, general Luis Javier Suazo, estudou lá em 1996.

Muitos outros ditadores do país se graduaram na SOA. O general Juan Melgar Castro passou pela escola na década de 1970. Em abril de 1975, dirigiu um golpe de Estado.
Entre 1980 e 1982, a ditadura hondurenha foi encabeçada por outro aluno, Policarpo Paz García, que intensificou a repressão e os assassinatos de ativistas, com um dos mais temidos esquadrões da morte.

Aulas de tortura
A criação da Escola das Américas ocorreu após a revolução cubana e a crise dos mísseis. O presidente John Kennedy decidiu que a escola serviria para proteger os interesses dos EUA na América Latina. Desde então, se dedicou a formar militares dos países latino-americanos e produzir ditaduras. Mas sua especialidade era ensinar técnicas de tortura a militares latino-americanos.

Em 1997, foi apresentado no Congresso dos EUA um manual de tortura utilizado pela escola. Também é conhecida a colaboração na Operação Condor, articulação das forças de repressão das ditaduras de Chile, Uruguai, Argentina e Brasil nos anos 1970. Atualmente, o principal “cliente” é a Colômbia, que pode ter mais de 10 mil soldados treinados na escola.

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