O setor automobilístico teve recorde de produção e vendas no Brasil em 2007. Foram vendidos 2,46 milhões de carros, o que representa um crescimento de 27,8% em relação a 2006. De cada cinco carros vendidos em 2007, um era da General Motors (GM).

A GM, porém, anunciou um prejuízo de US$ 38,7 bilhões em 2007, resultado da crise do setor nos Estados Unidos. É o maior prejuízo registrado pela empresa. A divulgação do resultado veio com o anúncio de um plano de demissão voluntária para 74 mil operários norte-americanos.

A GM anunciou que sua proposta é substituir os atuais trabalhadores por funcionários com a metade do salário. Desta forma, para enfrentar a crise que já se impõe nos EUA, a empresa quer flexibilizar direitos e salários dos trabalhadores, tanto no Brasil quanto nos EUA. Tais ataques têm importância especial nos países periféricos, pois os lucros obtidos nesses países, como Brasil e China, estão servindo para cobrir os prejuízos da matriz norte-americana.

China é o exemplo
Atualmente um metalúrgico norte-americano recebe cerca de R$ 48 por hora. Com as demissões e as novas contratações no país, cairia para R$ 24. A estratégia da GM é rebaixar o nível salarial, apontando para o padrão brasileiro. Um metalúrgico em São José recebe R$ 14 por hora.

O Brasil não é ainda o cenário perfeito para a GM, que deseja generalizar em todo o mundo o modelo chinês, onde o custo de produção de um carro é de apenas US$ 200, devido à superexploração e aos baixos salários dos trabalhadores.

Post author Diego Cruz, de São José dos Campos (SP)
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