Durante o Encontro, o Opinião Socialista entrevistou Gilmar Mauro, da direção nacional do MST. Ele fala sobre a importância da unidade contra as reformas e diz que o governo Lula “não teve coragem de enfrentar o latifúndio”.

Opinião Socialista – Qual é a sua avaliação do encontro?
Gilmar Mauro – Acho que é um excelente momento político. Tanto a Conlutas quanto a Intersindical tiveram a ousadia e a capacidade de conclamar a sua militância para esse encontro e demarcar um momento muito importante, muito rico, principalmente na perspectiva de reacender a luta social de massas.

Na luta contra o latifúndio e contra as reformas, o MST está pensando em que tipos de ações?
Gilmar – O que estamos dialogando com a Conlutas e a Intersindical é que no mês de abril nós vamos privilegiar ações contra o latifúndio, intensificando as ocupações de terra. Achamos que seria importante que a data contra as reformas burguesas fosse colocada para o final de maio, porque isso permitiria que a classe trabalhadora, com seus diversos agrupamentos, possa realizar diferentes lutas. Queremos estar junto nessa luta, de 21 a 25 de maio, estabelecendo uma data que unifique não só os que estão aqui, mas outros, como a Assembléia Popular, para fazer uma jornada unificada contra a política econômica e as reformas burguesas.

O governo lançou agora os números da reforma agrária do seu primeiro mandato. Dezenas de entidades questionaram. Qual é a opinião do MST?
Gilmar – Nós não temos nenhuma dúvida de que o Lula não fez a reforma agrária que prometeu. Não cumpriu com o plano lançado e que há muitas mentiras em torno dessa questão dos números, inclusive se repetindo o que foi o governo anterior. Mas o principal não é isso. Não é se assentou mil a mais ou mil a menos. O principal é que o governo Lula não teve e não terá coragem de enfrentar o latifúndio desse país. Esse é o problema de conteúdo.
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