A General Motors do Brasil anunciou na sexta-feira, dia 28, a concessão de novas férias coletivas para trabalhadores do setor Powertrain, em São José dos Campos. Esta é a quarta vez, em menos de dois meses, que a empresa anuncia férias coletivas na planta de São José. No mesmo dia, a Eaton, do setor de autopeças e fornecedora da GM, também anunciou férias coletivas para o setor de produção.

Dessa vez, parte dos trabalhadores da Powertrain, que fabrica motores e transmissões, deve ficar em casa até 25 de janeiro, totalizando 40 dias de férias. A GM não informou o número de funcionários que compõem esse novo grupo. A distribuição será da seguinte forma:

  • 1º turno: de 15 de dezembro a 5 de janeiro
  • 2º turno: de 15 de dezembro a 25 de janeiro

    Na próxima segunda-feira, dia 1º, voltam das férias cerca de 600 trabalhadores da Powertrain, que estavam parados desde o dia 17 de novembro. Também no dia 1º, param os metalúrgicos do setor S10.

    Os trabalhadores da Eaton ficarão em casa entre os dias 15 de dezembro a 2 de janeiro. A empresa não informou o número de funcionários que entrarão em férias.

    Estabilidade já!
    O Sindicato dos Metalúrgicos estima que a GM já tenha estendido as férias coletivas a cerca de 6 mil trabalhadores. As constantes paradas de produção têm sinalizado para o aprofundamento da crise econômica no setor automotivo.

    O Sindicato e a Conlutas iniciaram uma forte campanha em defesa da estabilidade do emprego. A medida é uma resposta ao agravamento da crise econômica, que já se reflete na classe trabalhadora por meio de férias coletivas, licenças-remuneradas e demissões.

    O primeiro passo para a campanha foi dado nesta terça-feira, dia 25, com o envio de uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra à General Motors do Brasil, unidade de São José dos Campos. A campanha traz o slogan “Nenhuma demissão. Estabilidade no Emprego já”. Também foi enviado carta com pedido de audiência para o Ministério do Trabalho.

    Na carta a Lula, o presidente do Sindicato, Adilson dos Santos, solicita a assinatura de medidas provisórias, em caráter de urgência, que assegurem o emprego dos trabalhadores por, no mínimo, um ano, e redução da jornada de trabalho sem redução de salários e sem Banco de Horas. O Sindicato também solicita o agendamento de uma audiência com os ministros da Fazenda e do Planejamento para discussão das medidas.

    Na carta dirigida ao gerente de assessoria legal trabalhista da GM, Artur Bernardo Neto, o Sindicato pede uma reunião urgente para que sejam discutidas questões relativas à manutenção de empregos existentes, a situação dos trabalhadores licenciados do setor de Fundição de Alumínio e outros assuntos de interesse da categoria.

    “Já estamos alertando os trabalhadores para os efeitos da crise e a campanha visa preparar nossa resistência. Se houver demissões, nós vamos parar. A palavra-de-ordem é: demitiu, parou”, afirma o diretor Vivaldo Moreira Araújo.

    Nas próximas semanas, a campanha do Sindicato pela estabilidade no emprego vai ganhar as ruas. Serão colocados outdoors nas cidades de São José e Jacareí para ampliar a campanha para outras categorias e para a população em geral, que também será afetada pela crise.