Mesmo com a traição da entidade, petroleiros organizam a luta pelo paísO boletim da direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP) do dia 6 surpreendeu os petroleiros. Para defender as propostas do governo Lula, a direção da FUP fraudou o último congresso e dividiu a entidade. Agora, alegando que a prioridade é reeleger o presidente, resolveu abandonar a campanha salarial reivindicatória para fazer campanha eleitoral.

O que está por trás disso é o medo que os ex-sindicalistas têm de perder seus cargos e privilégios no governo. Por isso, resolveram largar a máscara de combativos para preservar seus cargos na Petrobras.

No interior da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP) há companheiros que irão votar em Lula e outros que votarão nulo.  Todos eles, como bons militantes e ativistas, estão em campanha por suas idéias e posições políticas. Mas é um total absurdo que a campanha eleitoral oponha-se à campanha salarial. Qualquer que seja o candidato no qual o petroleiro vai votar, a categoria tem de ter aumento de salário.

O calendário de lutas da FNP indicava uma paralisação de 24 horas para o dia 18. Mas, diante da traição da FUP, a categoria sentiu-se dividida e insegura – afinal, ainda existem 12 sindicatos filiados à federação governista.

Embora os petroleiros tenham votado nas assembléias contra a proposta da FUP de suspensão da campanha, ficaram inseguros para garantir a paralisação por 24 horas.
Mas os petroleiros realizaram paralisações e manifestações em todo o país. Foram realizadas assembléias no Litoral Paulista, em Belém e em Manaus, que aprovaram a continuidade da campanha. Em São José dos Campos (SP), todos os turnos farão uma paralisação de uma hora. No Rio de Janeiro também houve manifestações.

Em Alagoas, a Pilar I parou por uma hora. Em Sergipe, ocorreram mais paralisações. Em Campinas (SP), onde o sindicato é dirigido pela FUP, a direção saiu vaiada das assembléias setoriais e não colocou sua proposta em votação. No dia 19, o “abraço” ao Edise (edifício sede da Petrobras) em apoio à campanha de Lula contou somente com uns 50 “sindigatos pingados”, sem respaldo da categoria.

A FNP reafirma que defende a decisão das assembléias de negociar todas as cláusulas do acordo coletivo de trabalho que tenham reflexos econômicos. Por isso, mantém sua disposição de luta, de pressionar o governo e a empresa para negociarem. Somente a nossa mobilização poderá resolver esse impasse.

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