O Conselho Diretor da Fundação Santo André (FSA) se reuniu na tarde de segunda-feira, 26 de maio. Na reunião discutiu-se a possibilidade de afastamento do reitor Odair Bermelho. Ele não reconheceu a legitimidade da reunião.

Porém, caso o afastamento ocorresse, há uma margem para manobra, por parte da reitoria, para se manter na direção da faculdade. Como não estava na pauta da convocação da reunião, o afastamento poderia ser desfeito por uma liminar. A decisão dos conselheiros, então, foi convocar nova reunião para o dia 29 de maio com pauta específica: afastamento do reitor.

A reunião da próxima quinta-feira tem grandes chances de retirar do cargo, de uma vez por todas, o já queimado reitor da FSA. Os inúmeros atos de autoritarismo somaram-se, recentemente, a graves denúncias de fraudes, alteração de notas fiscais, viagens pagas com dinheiro das mensalidades etc. A reitoria demitiu de professoras da oposição, proibiu reuniões de professores sem prévia comunicação, ordenou a Polícia Militar a desocupar, violentamente, a reitoria em 2007, entre outros fatos.

Depois da reunião do Conselho, professores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafil) decretaram paralisação de 72 horas, até a próxima reunião. Estes docentes receberam o imediato apoio de diversos professores e funcionários de todo o Centro Universitário. Em Assembléia, os estudantes decidiram apoiar a paralisação. Os alunos sabem que não devem depositar nenhuma esperança no Conselho Diretor, mas sim na força da mobilização que cumprirá papel decisivo na saída ou na continuidade do reitor. Além disso, deliberaram por um operativo que aumente a paralisação e pela construção de um grande ato no dia 29.

O movimento estudantil da FSA demonstrou muita força e combatividade no ano passado, com uma radicalizada greve que durou 55 dias. Foram inúmeras passeatas e atos de rua. o movimento na FSA acompanha a reorganização dos movimentos sociais que acontece no país.

Toda esta luta vem se desenvolvendo não apenas por conta da postura do reitor, mas sim para derrotar o projeto de privatização e precarização do Centro Universitário implementado por ele. As políticas da reitoria têm uma clara ligação com a prefeitura petista, ao seguir fielmente a Reforma Universitária do governo Lula. O Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI) é o verdadeiro inimigo da educação na Fundação Santo André.

Tirar o reitor é o primeiro, difícil e importante passo para salvar a FSA e manter seu caráter público. As bandeiras dos estudantes, porém, são maiores que as melhorias na qualidade de ensino e na administração. Eles exigem a solução definitva para a crise do Centro Universitário.

Seguindo o exemplo dos estudantes da Universidade Nacional de Brasília (UnB), começa-se a discutir a democratização da faculdade, com eleições diretas e para reitor, em que o voto de professores, funcionários e alunos tenha o mesmo valor.

Federalização da FSA já!