Governo descumpre acordo e causa indignação da categoriaTrabalhadores dos Correios de todo o país cruzaram os braços, deflagrando uma greve nacional da categoria a partir do dia 1º de abril. A greve foi causada pelo descumprimento de um acordo firmado com o governo durante a campanha salarial do ano passado.
Na ocasião, o Ministério das Comunicações, o presidente dos Correios e Lula firmaram acordo concedendo um abono de periculosidade equivalente a 30% do salário, comprometendo-se a incorporar o abono em março. O governo, no entanto, não incorporou o abono, que foi cortado.
Até o fechamento desta edição, 17 dos 33 sindicatos já haviam aprovado greve por tempo indeterminado, incluindo os mais importantes São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Minas Gerais não parou, pois é dirigida pelo PCO, que mais uma vez está contra a greve. A expectativa, porém, é de que os outros estados também paralisem.
Reivindicações
Além da incorporação do abono, os trabalhadores reivindicam a equiparação da PLR, a Participação nos Lucros e Resultados. A disparidade entre os valores concedidos para os carteiros e os chamados gestores estratégicos está causando uma verdadeira revolta na categoria.
A média da PLR para os carteiros é de R$ 400, R$ 500. Enquanto isso, tem gestor que recebeu até R$ 44 mil. Dava pra pagar PLR de mais de 80 carteiros, afirma Ezequiel Ferreira, carteiro da oposição da Conlutas. Os trabalhadores exigem PLR igual para todos.
Outro ataque dos Correios é o Plano de Cargos e Salários que cria um único cargo, chamado de agente de correios. Com isso, funcionários de diferentes funções, como carteiro e atendente comercial, passam a ter um único cargo. O funcionário vai ser obrigado a desempenhar inúmeras funções. O cargo está sendo chamado de funcionário bom-bril.
Indignação da Base
A direção burocrática da categoria, capitaneada por Articulação e PCdoB, não está conseguindo conter a revolta da base. Em São Paulo, dirigido pelo PCdoB, o sindicato convocou a assembléia para a longínqua Zona Norte, para esvaziá-la. Tradicionalmente, as assembléias são realizadas na Praça da Sé, no centro. Mesmo assim, mais de 2 mil trabalhadores compareceram, aprovando massivamente a greve.
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