Nesta quarta-feira, dia 19, cerca de 200 trabalhadores da Educação federal e estudantes pararam o trânsito em frente ao campus da UFRJ na Praia Vermelha, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. O ato vitorioso foi uma iniciativa dos sindicatos da Educação, ligados ao Andes, à Fasubra e ao Sinasefe, a partir de proposta feita por militantes do PSTU, em reunião conjunta realizada na semana passada.

Apesar da chuva, que caiu insistentemente durante toda a manhã, os manifestantes não arredaram pé e enfrentaram inclusive a repressão da Polícia Militar, que tentou desimpedir a via pública aos empurrões e com muita truculência. Os servidores resistiram e o trânsito ficou totalmente congestionado até o Posto 6, em Copacabana. Mesmo assim, alguns motoristas e pedestres apoiaram a manifestação, acenando afirmativamente para os trabalhadores em greve.

Durante o ato, os oradores revezavam ao microfone chamando palavras de ordem contra Lula, aludindo ao mensalão dos parlamentares em contraste com o arrocho que o governo neoliberal petista vem impondo ao servidores federais.

Acácio, militante do PSTU, falou pela Conlutas, saudando a greve dos federais e manifestando o apoio irrestrito da Coordenação à luta dos servidores: “A Conlutas é um instrumento que nasce para organizar os trabalhadores e lutar contra a política neoliberal do governo Lula e dos patrões. A luta dos servidores da educação é um exemplo à ser seguido por toda a classe e a Conlutas não poderia estar em outro lugar senão aqui, neste ato e na radicalização desta greve”.

Ao final tomou a palavra, pelo PSTU, o estudante Tibita, coordenador do DCE/UFRJ, que manifestou o apoio do partido à greve e falou sobre o referendo do comércio de armas de fogo: “É preciso reunir todas as forças de nossa classe para detonar com o governo Lula e esse Congresso de corruptos, de mensalão e de cuecões. Mas há, ainda, uma outra tarefa para os trabalhadores: no dia 23 de outubro é preciso votar NÃO no referendo. Na TV, tanto uma frente, quanto a outra, são de representantes da burguesia, mas, nós, trabalhadores e a juventude, não devemos nos iludir, o SIM só desarma o povo trabalhador. Eles querem tirar nosso direito à auto-defesa, mas os políticos burgueses, os latifundiários e seus jagunços e a elite, com as polícias, seguirão armados e reprimindo os movimentos sociais”.

Por volta de 12h30, o Comando Unitário de Greve organizou a saída do bloqueio com os manifestantes gritando à pleno pulmões: “1, 2, 3 … 4, 5, mil, ou pagam nosso aumento ou paramos o Brasil!”