George W. Bush chegou à Guatemala ma noite do dia 11 de março. Como em todos os lugares por onde passa, lá também houve protestos.No povoado de Tecpán, próximo à capital, centenas de indígenas realizaram uma “vigília anti-Bush”, organizada pela Coordenadora Nacional Indígena e Camponesa da Guatemala (Conic). Os manifestantes diziam que Bush é o “maior violador dos direitos humanos no mundo” e “maior assassino do mundo”.

Nas ruínas de Iximché, capital do povo maia no século 15, um dos locais visitados por Bush, foi promovida uma “limpeza” após a sua passagem. De acordo com as crenças dos indígenas, essa cerimônia serviu para “afastar maus espíritos e más energias”, simbolizando o que significa Bush para eles. Apesar do forte esquema de segurança, cerca de 50 pessoas conseguiram romper o isolamento e chegar próximo às ruínas. Eles carregavam, cartazes com frases como “Não mais sangue por petróleo!” e “Bush terrorista!”. Houve repressão policial, e quatro pessoas foram presas.

A maior mobilização se deu, entretanto, no Palácio Nacional da cultura, onde Bush foi ao encontro do presidente Oscar Berger, na cidade da Guatemala. Ele foi chamado de assassino por um grupo de cerca de 500 de pessoas que conseguiram chegar a 150 metros do local, mas foram impedidos por uma dura repressão.

A ação da polícia, tal como no Brasil, foi selvagem, não poupando nem a imprensa. Repórteres e fotógrafos ficaram feridos. Foram deslocadas centenas de policiais para dispersar a manifestação. A polícia usou cassetetes, escudos e bombas de gás lacrimogêneo. Segundo a agência France Press, que teve um fotógrafo ferido, pelo menos 15 crianças foram intoxicadas. Os manifestantes resistiram, gritando “Fora Bush” e jogando objetos contra a polícia para se defender.