Publicamos, abaixo, nota de organização norte-americana solidária ao PSTU e a Orlando Chirino no caso das acusações infundadas feitas por James Petras no final do ano passadoO rechaço às reformas constitucionais propostas pelo presidente Hugo Chávez em dezembro passado foi um choque completo para aqueles que as respaldavam. Começaram a lançar recriminações contra quem havia se oposto a essas importantes mudanças. O conhecido escritor James Petras lançou duros ataques ao PSTU e a Orlando Chirino, dirigente trotskista da UNT venezuelana (União Nacional de Trabalhadores). Numa entrevista a uma rádio, Petras os qualificou como “contra-revolucionários” por propor ao povo venezuelano a oposição às reformas, votando NÃO (PSTU) ou nulo (Chirino). Petras também os acusou falsamente de colaborar conscientemente com estudantes direitistas financiados pelos EUA que participavam no movimento do voto pelo NÃO.

Petras utiliza a velha tática stalinista do amálgama no intento de transformar o PSTU e Chirino em “bodes expiatórios” da primeira derrota eleitoral de Chávez desde que chegou à presidência. Petras os acusa injustamente por essa derrota da “revolução bolivariana” quando, de fato, o país estava profundamente dividido sobre as reformas. Quarenta por cento daqueles que estavam em condições de votar se abstiveram, incluindo cerca de três milhões que anteriormente haviam votado a favor da reeleição. Daqueles que votaram, a maioria se opôs no referendo. Assim, o PSTU e Chirino são atacados por ter posições coincidentes com os sentimentos da maioria do eleitorado.

Em vez de acusar, Petras deveria considerar a possibilidade de que o resultado do referendo, especialmente o grande número de abstenções, refletisse uma ampla insatisfação com o ritmo da reforma e com o fracasso governamental em elevar o nível de vida dos cidadãos mais pobres da Venezuela.

No momento de fazer suas declarações contra o PSTU e Chirino, no início de dezembro de 2007, Petras reivindicou ter muita documentação para apoiar suas ultrajantes acusações de traição política contra dirigentes políticos trotskistas de longa trajetória, com os quais, no caso do PSTU, Petras havia colaborado por vários anos. Quase quatro meses depois, Petras ainda não apresentou essas provas publicamente. Ele ignorou o chamado, feito inicialmente pela UIT-QI (Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional) e apoiado pelo PSTU, o “Freedom Socialist Party” (FSP) e outras organizações, para convocar um tribunal internacional se existissem razões para essas acusações.

É de vital importância não só para a revolução venezuelana, mas também para o movimento revolucionário latino-americano e de todo o hemisfério que os socialistas trabalhem juntos, apesar de nossas diferenças. Necessitamos aplicar uma metodologia marxista para compreender corretamente o que está acontecendo na Venezuela e em outros países das Américas Central e do Sul e definir que tarefas surgem dessas perspectivas.

A contribuição do FSP a esse esforço é nossa mais recente resolução política “Um hemisfério indivisível: revolução permanente e neoliberalismo nas Américas”, disponível em espanhol e inglês em www.socialism.com.

Em vez de degenerar na supressão das diferenças através de perigosos e destrutivos ataques políticos, a esquerda revolucionária necessita participar de sérios debates programáticos e críticas fraternais. Os ataques públicos caluniosos à integridade de destacados dirigentes socialistas como Orlando Chirino e partidos como o PSTU diminuem a confiança e o respeito que os trabalhadores têm no movimento revolucionário.