De 9 a 12 de julho será realizado no Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (SP) o 3º Congresso da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), num momento muito importante para a categoria.

Vários fatores contribuem para transformar esse evento num dos acontecimentos mais importantes para a reorganização da classe e num salto na construção de uma alternativa real de direção do movimento.

Entre os fatos mais relevantes estão as greves de uma semana na Replan e a nacional de cinco dias da categoria. Essas paralisações foram importantíssimas, pois colocaram os petroleiros no centro dos acontecimentos num dos maiores enfrentamentos com a patronal.

Além disso, a greve gerou uma nova vanguarda que realizou uma paralisação com piquetes, ocupações e enfrentamentos. Esse pessoal está agora sendo atacado e punido. Exatamente porque a direção da FUP/CUT chamou o fim da greve pedindo confiança na palavra do RH da empresa, o ex-dirigente sindical Diego Hernandes, que prometeu não haver punições.

Rumos da FNP
Aproxima-se a campanha salarial e, com a crise, os donos da Petrobras não pretendem fazer nenhuma concessão. Muito pelo contrário, pretendem retirar direitos e conquistas. Se não houver luta, a direção da empresa irá impor mais uma derrota aos petroleiros.

A greve e suas conclusões são fundamentais para apontar as novas diretrizes da FNP, que devem caminhar no sentido de avançar em sua organização nacional, capacitando-se política e materialmente para a disputa da direção.
Outro fato polêmico é que a campanha “O petróleo tem que ser nosso” tem entre os seus eixos “Petrobras 100% estatal”. Novamente, a direção da FUP/CUT, que votou consensualmente esses eixos no encontro de Guararema, vacila e busca outros caminhos.
Seus materiais falam de uma “Petrobras 100% pública”, não deixando claro se defendem uma empresa 100% estatal. Falam sobre o governo obter “maior controle acionário” e elogiam o modelo norueguês. Seu último material fala em “controle estatal e social”. A intenção é transformar o movimento em “campanha contra a CPI” para blindar Lula e impulsionar a candidatura da Dilma Rousseff.

Na verdade, essas formulações abrem as portas para aceitar a fundação de uma nova empresa que controle o pré-sal, a manutenção do capital misto na Petrobras e a entrega dos blocos do pré-sal para as multinacionais petroleiras.

Novamente, é fundamental que a FNP assuma com tudo essa campanha e se coloque como sua direção. Enfrentando-se com a política vacilante da direção da FUP, que prepara uma nova traição, como a que ocorreu no plano Petros.

É necessário construir uma direção alternativa que se capacite para os novos enfrentamentos e greves que virão. Não pode ser uma direção que vacile frente à direção da empresa, e nem que acredite nas palavras de seus diretores.
Nesse período “pré-congressual”, mais alguns passos foram dados para a construção dessa direção. O Sindipetro PA/AM/AP/MA votou sua filiação à Conlutas e o Sindipetro de São José dos Campos se desfiliou da CUT numa rodada de seis assembleias. O 3º Congresso da FNP pode ser o auge desse processo e uma referência para o movimento sindical.

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