Em Fortaleza, o primeiro semestre foi de lutas, com operários da construção civil, rodoviários etc. Agora, a Frente de Esquerda procura dar expressão política aos processos sindicais de meses atrás. O primeiro passo foi a visita aos locais de trabalho, com os candidatos e panfletos. O segundo, um trabalho aos domingos nos bairros operários.

No último domingo, 24, muitos ativistas operários ganharam as ruas da Granja Portugal, um imenso conglomerado popular situado na periferia da capital cearense. À frente da caminhada, estava o candidato à Prefeitura, Renato Roseno (PSOL) e o seu vice, o líder operário Francisco Gonzaga (PSTU). O próximo passo será o lançamento do Comitê Operário em defesa da Frente de Esquerda, que ocorrerá no dia 4 de setembro.

Durante a caminhada na Granja Portugal, conversamos com um operário sobre as razões que o levaram a apoiar às candidaturas da Frente de Esquerda Socialista. É assim a campanha da Frente, em Fortaleza. São os setores mais pobres e explorados da classe que carregam a campanha sobre os seus ombros. Veja, abaixo, o que disse o operário Edneudo.

O que o atraiu para campanha da Frente?
Edneudo
– Os patrões só querem nos explorar. Na campanha eleitoral, gastam muito dinheiro e querem comprar a nossa consciência. Não vão conseguir. Estive na greve com o PSTU e o sindicato, fui ao congresso da Conlutas e agora é só caminhar pra frente. Por isso, apoio os candidatos das lutas dos trabalhadores. Vou até o fim.

Como conseguir mais votos para as candidaturas da classe?
Eu vou conversar com o pessoal da minha família. Nem todo mundo vota em Fortaleza, mas uma parte, sim. A minha família é de operários. São quase dez irmãos. Tenho uma irmã que é pedreira. Enfim, todo mundo é da classe. Os netos da mãe estão crescendo e alguns já trabalham como operários. Nunca fui à escola, nem meus irmãos. Na verdade, apenas o último foi. Só que a luta vai nos dando consciência. Quero aprender. Já estou aprendendo muito.