Quantas pessoas vão estar em Porto Alegre nesta quinta edição do Fórum Social Mundial? Alguns falam em cem mil, outros menos.

Os movimentos sociais hoje estão colocados perante uma polarização crescente dos conflitos internacionais. De um lado, a reeleição de Bush, com seus planos de recolonização do mundo, com políticas que vão desde a guerra do Iraque à instrumentalização de governos submissos como o de Lula. De outro, a crescente luta das massas, com seus pontos altos na resistência iraquiana e na Intifada palestina.

Nesse quadro, os ativistas presentes no Fórum precisam encarar com profundidade a discussão sobre o significado destes dois anos de governo Lula, e quais as conclusões que podem tirar disso em relação a todo o Fórum.

Não se trata de um governo a mais, mas do símbolo de tudo aquilo reivindicado pela maioria das correntes que dirigem o Fórum. Alguns dos fundadores do Fórum, como Oded Grajew, fizeram parte do governo Lula. Aqui se testou a máxima do Fórum, de que “outro mundo é possível” por dentro do capitalismo.

O Brasil não mudou essencialmente em nada com Lula. Uma vez mais se demonstrou que é impossível mudar o mundo sem romper com o capitalismo.

Por isso, a energia do Fórum, com a presença de dezenas de milhares de ativistas, deve convergir para a construção da luta direta contra o imperialismo e os governos de turno. Isso significa concretizar ações unificadas, como nos dias internacionais contra a guerra no Iraque de 19 e 20 de março.

Significa também a construção de alternativas concretas de direção para as lutas, como no Encontro Nacional do Conlutas.

E deve-se discutir com clareza a necessidade da revolução socialista. É a hora e a vez de se pensar no socialismo revolucionário, como uma alternativa ao capitalismo e à democracia burguesa.
Post author da redação do Opinião Socialista
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