Na capital cearense ocorreram dois atos sobre o 8 de março. As mulheres do PT, MST, CUT, PCdoB, Marcha Mundial de Mulheres, haviam anunciado que realizariam um ato em que o eixo central era a defesa do governo Dilma, o que levou vários coletivos de mulheres a optarem pela construção de um outro ato. O Movimento Mulheres em Luta, o coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo PSOL, Hip Hop Nós por Nós, Quilombo Raça e Classe, CSP-Conlutas, Unidade Classista, PSTU, PCB e o vereador do PSOL João Alfredo, realizaram um ato em frente à Secretaria de Saúde e uma passeata pelo centro da cidade. Uma passeata contra o machismo, a violência e as medidas do Governo Federal que joga a crise nas costas dos trabalhadores e das trabalhadoras.

O ato contou com forte presença das operárias da construção civil que saíram mais cedo de sua jornada de trabalho para formar uma coluna na passeata. Também participaram operárias da confecção feminina, rodoviárias, professoras, estudantes, enfermeiras e juventude. A presença de vários trabalhadores também engrossou o ato. Com música, Rap, e muitas palavras de ordem, o ato demonstrou que importantes setores da classe trabalhadora não caem mais no discurso das governistas de que está sendo planejado um golpe da direita contra Dilma. A mulherada de luta, cantou “contra os cortes, nós tamo na luta; contra as demissões, nós tamo na luta; se não parar o ataque o governo nós derruba” e gritou “o corpo é nosso, a crise não; a minha luta é contra Dilma e o patrão”.

Paula Farias falou em nome da Secretaria de Mulheres do PSTU e destacou: “nós não estamos nas ruas para defender o Lula ou a Dilma, e menos ainda Aécio, Temer, Cunha ou Renan, eles brigam de vez em quando, mas estão juntos atacando as trabalhadoras. Nosso compromisso é tomar as ruas contra todos eles e para derrotar os ataques”.

Aos gritos de “Dandara vive e viverá, mulheres negras não param de lutar” falou Lara Borges da Secretaria de Negros e Negras do PSTU. Ela recordou que no Ceará, 77,4% dos casos de feminicídio são de mulheres negras.

Foi um ato bonito. Com muitos sorrisos daquelas que na maioria dos dias são impedidas de participar de manifestações pela extenuante jornada de trabalho na fábrica e a outra jornada na vida doméstica que temos todas as mulheres da classe trabalhadora. Um dia em que aquelas que geralmente são invibilizadas, cantaram, gritaram e ainda arriscaram rap’s e batucada. Foram protagonistas de uma luta coletiva, mulheres em luta contra o machismo e a exploração.

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