Passeata de operários em Fortaleza
Giambatista Brito

A mobilização que balança a cidade reflete o crescimento do setor, que já conta com mais de 40 mil trabalhadores, e ao mesmo tempo os baixos salários de uma categoria superexplorada. Este ano o lema da campanha salarial é: contra a ditadura dos patrões, r05h30 da manhã. Diretores sindicais, apoiadores, ativistas e a militância do PSTU se concentram no sindicato da construção civil para se dirigir aos canteiros de obras para iniciar a greve.

Em muitas obras as empresas nem deixaram os trabalhadores entrar. Porém em muitas outras os patrões insistiram em manter funcionando. Já às 7h, inúmeros piquetes se formavam e começavam a ganhar as ruas de Fortaleza. Nem a forte chuva espantou a disposição de luta dos trabalhadores. Os piquetes têm como objetivo convencer os trabalhadores nos locais onde as obras não pararam, e em seguida cada piquete se transforma numa passeata.

Todos os piquetes, essas mini-passeatas, tinham como objetivo chegar a Praça Portugal, localizada no coração da Aldeota, bairro nobre da cidade. Antes das 10h vários piquetes se encontraram rumo a Aldeota e formaram uma grande passeata, já com mais de 1000 trabalhadores. Na Praça, mais operários chegaram de canteiros distantes vindos de ônibus e mais chegaram de outros piquetes. Segundo Laércio, diretor do sindicato e militante do PSTU, mais de 3 mil trabalhadores participaram dos piquetes hoje.

“Isso aqui tá parecendo a Praça Tahir”
Ao iniciar a Assembléia em cima de um mini trio, Gonçalves, diretor e militante do PSTU, disse: “Companheiros, todos vocês viram na TV as revoluções no norte da África. No Egito o símbolo foi a Praça Tahir. Foi lá que os trabalhadores e a juventude resistiram à ditadura até ela cair. Isso aqui tá parecendo a Praça Tahir”. As palmas ao término da fala eram a demonstração da conscientização dos trabalhadores. A assembléia votou seguir a greve. Amanhã tem mais!