As manifestações em Fortaleza ocorreram praticamente durante todos os dias da semana entre 17 e 21 de junho. 
O governador Cid Gomes (PSB) não deixa nada a dever a Alckmin e Cabral quando se trata de reprimir as manifestações. Foram dezenas de presos e feridos em apenas uma semana. Sem falar que Cid reivindica orgulhosamente a ação da Tropa de Choque e o eficiente apoio da Força Nacional de Segurança de Dilma.
Só com a reforma do Castelão, o governador gastou R $ 500 bilhões. Enquanto isso, o estado do Ceará sofre com uma das piores secas dos últimos 40 anos. Roberto Cláudio, também do PSB, foi eleito prefeito em 2012, derrotando Elmano de Freitas do PT. Mal assumiu a prefeitura, já demitiu professores temporários, impôs um calendário escolar draconiano com aulas aos sábados e demitiu funcionários terceirizados, deixando escolas e postos de saúde sem pessoal de apoio. Como se não bastasse, o prefeito não entregou as carteirinhas que garantem a meia passagem para milhares de estudantes.
Cid e Roberto agradecem o apoio, a participação e o silêncio cúplice do PT e do PCdoB a seus respectivos governos.
 
Atos
O ato de quarta-feira, dia 19, em Fortaleza foi marcado por um forte sentimento contra os partidos políticos, em particular contra a presença do PSTU, único partido de esquerda a participar de maneira organizada da manifestação. Nem mesmo o PSOL esteve presente com suas bandeiras e faixas.
Já na manifestação do dia 20, as coisas foram bem diferentes. Convocado pelo movimento estudantil organizado, a direção do ato foi disputada desde o início com os setores antipartido. Depois de uma dura disputa, as palavras de ordem de “ô, ô, ô, a ditadura acabou” e “democracia, democracia” tornaram-se majoritárias e abafaram os gritos dos antipartidos. Os setores antipartido foram derrotados não apenas com palavras de ordem, mas, sobretudo, com a manutenção das bandeiras e faixas que abriram e encabeçaram a passeata. Mesmo tentando romper a manifestação, esses setores ficaram tão acuados e reduzidos que resolveram seguir atrás da passeata. Essa importante vitória inibiu qualquer tentativa de agressão contra militantes do PSTU, do PSOL, da Consulta Popular ou mesmo da UJS presente no ato. 
No entanto, nova disputa se estabeleceu na definição do percurso da passeata. Enquanto as entidades estudantis queriam encerrar o ato em frente ao sindicato patronal dos empresários de ônibus, os ativistas mais exaltados conseguiram desviar a passeata para o palácio do governo.
 

Post author PSTU Ceará
Publication Date