A greve vem crescendo em todo o país. Em todas as unidades, houve adesão à greve nacional unificada. A Petrobras, que até então se fazia de surda, muda e cega, sentiu-se pressionada e agendou reunião de negociação para esta terça, 24, às 17h, no Rio de Janeiro.

A empresa tentou esconder o tamanho da greve em declarações à imprensa. Segundo o jornal O Globo desta terça-feira, a Petrobras havia informado que a produção não havia sido afetada.

Representando as bases de Sergipe e Alagoas, o diretor do Sindipetro-AL/SE, Clarckson Messias, estará presente na reunião. A mesa de negociação será única, conforme acordo firmado entre a Frente Nacional de Petroleiros (FNP) e a Frente Única dos Petroleiros (FUP).

Para Toeta, diretor do Sindicato, a categoria deve continuar mobilizada, avançando na construção da greve. Afirma que a unidade da categoria é fundamental nesse momento para que a vitória seja alcançada.

Cresce a greve na base do Sindipetro-AL/SE
O segundo dia de greve está sendo marcando pelo crescimento das paralisações. Na Sede da Rua Acre, em Sergipe, a adesão está alta. A fábrica de fertilizantes Fafen está 100% parada, turno e administrativo. Em Carmópolis, o movimento cresceu ainda mais. Na Atalaia, a produção está sendo controlada pelos trabalhadores.

No Pilar e Transpetro, em Alagoas, a greve também está forte. A Transpetro está 100% paralisada.

A Petrobras mantém trabalhadores retidos com mais de 24h de trabalho no Pilar, em Carmópolis e no DTNEST. O Sindicato está notificando o Ministério Público do Trabalho sobre tal situação.

A solidariedade de classe presente na greve petroleira
Não são somente os velhos métodos de luta da classe trabalhadora que voltam a ocupar a cena em nosso país, a solidariedade de classe também. Assistimos isso na greve dos petroleiros da Replan, em Paulínia (SP), onde os trabalhadores terceirizados da refinaria (construção civil) realizaram um dia de greve em solidariedade à greve dos petroleiros diretos.

Hoje, no campo de extração de Carmópolis, os trabalhadores terceirizados realizaram assembléia e votaram por parar suas atividades em solidariedade à greve nacional dos petroleiros. Esse movimento é reflexo da luta que o Sindipetro-AL/SE realiza junto aos terceirizados. Como diz em sua bandeira de luta “somos todos petroleiros: trabalhos iguais, direitos e salários iguais”. Amanhã, os trabalhadores terceirizados realizaram nova assembléia para avaliar se continuam com a greve.

Conlutas cumpre papel importante na greve petroleira
A Conlutas buscou, desde o início, a unidade da categoria para construir a greve nacional. O Base-Conlutas, corrente sindical dos militantes da Conlutas em petroleiros, conseguiu aprovar na greve da Replan uma resolução que exigia a construção da greve unificada entre FNP e FUP e a jornada nacional de luta no dia 30 de março. Essa resolução foi levada a todas as bases, obrigando a FUP sentar pela primeira vez com a FNP e construir conjunto um calendário de luta que culminou na greve.

Os militantes do Base-Conlutas não ficam no marco das reivindicações econômicas e sindicais. Além de garantir a greve, os militantes do Base-Conlutas exigem do governo Lula “uma Petrobras 100% estatal”, isto é, a completa estatização da empresa. Outra meta é fortalecer a campanha “O petróleo tem de ser nosso” e votar nas assembléias da greve as moções pela estatização da Embraer.

Dia 30 de março é jornada nacional de luta
Todas as centrais sindicais, setores do movimento estudantil, Movimento dos Sem Terra (MST), entre outros, organizam, para o próximo dia 30, o Dia Nacional de Lutas. O objetivo é fazer atos pelo país inteiro contra a transferência da crise para as costas do trabalhador, além de protestar contra demissões, corte de benefícios e demais conseqüências nefastas ao dia a dia da vida de milhares de homens e mulheres que dependem de um salário para sobreviver.

Para o Sindipetro-AL/SE, a Conlutas e a FNP é essencial que o movimento petroleiro participe das ações do dia 30 porque será um momento importante de articulação nacional entre o movimento sindical, jogando peso nas lutas que a categoria trava com a Petrobras.