No último dia 2 de outubro, José Wellington, mais conhecido como Índio, trabalhador da Ford de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, foi demitido por fazer oposição à direção do sindicato da categoria.

A demissão, realizada pela Ford e apoiada pela atual direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, ligada à Corrente Sindical Classista (CSC-PCdoB), é ilegal, pois Índio tem estabilidade por ter sido da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) na gestão de 2006. Ele foi o cipeiro mais votado do complexo automotivo, ganhando do candidato da direção do sindicato. Além disso, era público o fato de que Índio concorreria à Cipa em 2008.

Índio trabalhava na Ford desde 2002 e sempre defendeu a luta dos trabalhadores de sua categoria. Ele lidera o Movimento Operário Metalúrgico (MOM), que é ligado à Conlutas.

Direção do Sindicato: ao lado da Ford, contra o trabalhador
Como se não bastasse sua demissão, Índio procurou o sindicato para entregar documento solicitando à direção uma posição a respeito de sua demissão. Foi informado ao Sindicato que o companheiro estava no período de estabilidade e que, por isso, sua demissão era ilegal. A entidade negou-se a receber seu documento, afirmando discordar do conteúdo.

No ato da homologação de sua demissão, feita no Sindicato na presença de duas representantes da empresa, um diretor do Sindicato, Wilson de Carvalho, se negou a fazer a ressalva solicitada por Índio: que não concordava com a demissão por ter estabilidade; 2) que concorreria à Cipa na gestão de 2008; 3) que não concordava com os valores rescisórios. O diretor do Sindicato se recusou a fazer todas as ressalvas, deixando o trabalhador com a única opção de assinar a homologação.

Diante deste episódio, ficou evidente que era intenção desta diretoria manter Índio afastado da base e impedi-lo de concorrer à Cipa. Foi uma retaliação ao MOM que fez duras críticas na última campanha salarial da categoria.

Pela reintegração de Índio
Não ficaremos calados com a demissão de Índio. O MOM, com o apoio da Conlutas, já começou a se mexer para garantir que o companheiro seja reintegrado. Um panfleto do MOM-Conlutas foi distribuído amplamente, informando aos trabalhadores da Ford que Índio havia sido demitido e denunciando a empresa e o Sindicato que não defendeu um trabalhador.

Por isso, vamos recorrer à Justiça, exigindo a imediata reintegração e o direito de concorrer à Cipa. Também vamos fazer uma forte campanha, a exemplo da campanha de Rogerinho e Biro-Biro, demitidos da Volks do ABC paulista, junto aos trabalhadores. Vamos denunciar este ataque da empresa e a postura do Sindicato, que ficou ao lado da Ford e contra o trabalhador.