O futebol é um esporte único. E uma de suas características que o faz assim é a sua imprevisibilidade. Ao contrário do que acontece em outros esportes, as chamadas zebras têm chances muito reais de acontecerem. E acontecem.

Suas partidas podem ser definidas com um único ponto. Quem nunca se desesperou com o 1 x 0 sofrido? Ou então, com uma virada aos 45 minutos do segundo tempo? Acho que nenhum outro esporte despreza tanto as estatísticas quanto o futebol. Tudo pode acontecer.

Isso faz do futebol um esporte de muitas e intensas emoções. Mas em especial, uma delas. A esperança. Isso explica a máxima futebolística que diz que “o jogo só acaba quando termina”. E não há verdade maior, sempre há esperança no futebol. E quem torce sabe disso.

E é assim, com o imprevisível regado à esperança, que imediatamente nos solidarizamos com o inesperado. Quem não comemorou quando Wendell Lira levou o Prêmio Puskás de 2015 de gol mais bonito do ano, desbancando Messi? Ou então na Copa de 2014, quando a Costa Rica se classificou no grupo da morte, eliminando as tradicionalíssimas seleções da Inglaterra e do Uruguai, e indo além da seleção italiana, chegando às oitavas de final? Ou com o Audax, de Osasco, na final do Paulista de 2016, para ficarmos nos exemplos mais recentes.

A Chapecoense estava sendo mais uma dessas imprevisibilidades do futebol. Em 2009, subiu para a série C. Em 2012, para a B. Em 2013, fica em segundo e vai para a primeira divisão. Em 2015, depois de derrotar a Ponte Preta, realizou o sonho de disputar a primeira partida internacional.

E não parou por aí. Em 2016, de forma heróica e com vaga garantida na Copa Sul-Americana, eliminou o argentino Independiente (maior campeão da Libertadores). Depois eliminou o Junior, colombiano, e o San Lorenzo, também argentino. Quem diria, o “Verdão do Oeste” numa final internacional…

Mas o futebol é um esporte imprevisível, e tudo pode acontecer. Num momento único, em que o time se preparava para escrever o nome na história, quem diria, o fez de uma maneira que ninguém esperava. E nem queria.

E para o futebol, justamente por ser o esporte da esperança, uma tragédia como essa se faz avassaladora. Imaginem só, a expectativa dos torcedores chapecoenses com a final da Copa.

Hoje é um dia triste para o futebol. Mundial, inclusive. Pelos jogadores, pelos jornalistas, pelos familiares, pela torcida, enfim. A rapidez com que se solidarizaram clubes e torcidas do mundo inteiro, é reconfortante, sem dúvidas. Isso mostra, que para o futebol, há esperança também fora de campo.

Mas não há como negar. Todo mundo que guarda no peito uma boa partida, seja ela de campeonato, de várzea ou uma pelada, sabe. Hoje, o dia é de consternação.

Fica aí, uma boa lembrança da Chapecoense.

https://www.facebook.com/AChapeF/videos/1503241939704887/

Toda solidariedade.

Por Romerito Pontes, da redação