Quando fechávamos esta edição, a permanência do pastor e estelionatário Marco Feliciano, do Partido Social Cristão (PSC), na Comissão de Direitos Humanos e Minorias do congresso nacional ainda estava incerta.
Na terça, 26, encerraria o prazo dado pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) – que qualificou a situação como “insustentável” – para que o partido deste homofóbico, racista e machista confesso, encontrasse uma saída para o impasse criado, diga-se de passagem, pelo próprio Congresso que promoveu esta eleição-provocação.
A possibilidade de renúncia não é pequena, dada a gigantesca onda de indignação e protestos que tomou as ruas do país e as redes sociais, onde a campanha “Feliciano não me representa” ganhou adesão, inclusive de celebridades nacionais e internacionais. Uma reação à altura dos absurdos proferidos por um sujeito que acumula em seu imundo currículo uma infinidade de ataques aos setores oprimidos.
Exemplos não faltam. A África seria vítima da “fome, pestes, doenças e guerras étnicas” porque africanos são “amaldiçoados” (não todos, já que “há brancos na África do Sul”, como declarou à revista Veja); “a podridão dos sentimentos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime e à rejeição”, a “AIDS é um câncer gay” e mulheres sequer deveriam pleitear por direitos.
Apesar de toda a pressão, Feliciano, diz que “só sai morto” da Comissão, o que só pode ter uma resposta por parte de todos que lutam por uma sociedade onde “liberdade” e “igualdade” não sejam ideias abstratas, cotidianamente pisoteadas por gentalha como o pastor: a continuidade e a intensificação da luta.
Uma campanha que, inclusive, não pode parar mesmo se conseguirmos tirá-lo da Comissão. Primeiro, não temos nenhuma ilusão quem quer que o substitua irá defender nossos direitos. Segundo, porque é inaceitável que fundamentalistas como ele, Bolsonaro, Malafaia e tantos outros continuem exercendo seus mandatos, se escondendo covardemente atrás da “imunidade parlamentar” (e acobertados, é importante lembrar, por acordos com o governo petista).
As enormes, belas e vigorosas mobilizações que têm tomado as ruas não podem parar até que esse canalha renuncie. Mas devem ir além. É preciso intensificá-las, exigindo que Dilma rompa com estes setores e adote as medidas necessárias para que os “infelecianos” da vida tenham o tratamento que mereceriam em qualquer Estado minimamente laico e democrático: sejam colocados atrás das grades.
O PSTU continuará participando ativamente destas lutas, mobilizando oprimidos e explorados; o que, para nós, é a única garantia de que, um dia, poderemos por um definitivo ponto final em histórias lamentáveis como estas.
PLC 122, original, já! Ampliação da Lei Maria da Penha! Por um verdadeiro Estatuto da Igualdade Racial.
 

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