Não à intervenção federal! Antecipação das eleições já!Desde o final de 2009, a crise política do governo Arruda já teve vários desdobramentos: a prisão preventiva do governador por subornar testemunhas; a renúncia do vice-governador Paulo Octávio e a chegada ao governo do então presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR).

Lima teve menos de 9 mil votos nas últimas eleições, é da base arrudista, foi secretário no governo de Joaquim Roriz, eleito presidente da Câmara desde que Leonardo Prudente (o deputado do dinheiro na meia) foi afastado pela Justiça. Responde por processos de má utilização do dinheiro público, e a maioria da população nem o conhece.

Com argumentação de que toda a linha sucessória do governo está comprometida com o escândalo de alguma forma, a Procuradoria Geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal a intervenção. Caso ela seja aprovada, o presidente Lula indicará um interventor que governará o Distrito Federal até o final do ano. Ou seja, a intervenção significa que quem vai substituir o “pessoal do mensalão do DEM” é o “pessoal do mensalão do PT”. Trata-se de uma saída autoritária, que coloca nas mãos de um mandatário que não foi eleito o poder para governar o DF no momento da maior crise institucional de sua história.

A imensa maioria dos partidos burgueses, a CUT, a OAB, a Câmara e a mídia do DF lutam hoje contra a ameaça de intervenção: querem restabelecer as condições de governabilidade sob o comando da Câmara Legislativa corrupta!

Sob ameaça de intervenção, a Câmara está agora montando uma farsa para evitá-la: depois de mais de dois meses sem tomar qualquer atitude contra a corrupção generalizada que envolve grande parte de seus integrantes, irá abrir processo de impeachment apenas contra Arruda e dois deputados, Eurides Brito e Brunelli.

A sessão da Comissão de Ética que assou a pizza para todo o restante do esquema de corrupção, evitando até abrir o processo investigatório, foi presidida pela deputada petista Érika Kokay, o que revela o papel que o PT vem tendo no desfecho do escândalo.

Diante disso, o PSTU defende a saída mais democrática que pode haver neste momento: a antecipação imediata das eleições, para que o povo do DF decida quem governa. Mas isso não basta: a população deve sair às ruas, demonstrar toda sua indignação e exigir em alto e bom som a cassação e a prisão de todos os corruptos!

Nas eleições, o PSTU chama a construção de uma alternativa socialista e democrática para os trabalhadores e a juventude. Só com candidaturas comprometidas com a luta dos trabalhadores poderemos construir um governo no DF que de fato defenda os interesses de quem trabalha e produz toda a riqueza da nossa cidade, acabe com as obras superfaturadas e coloque todos os recursos públicos a serviço do atendimento de nossos direitos e de nossas reais necessidades.

Post author Rodrigo Dantas, professor de filosofia da UnB
Publication Date