Aproximadamente 140 pessoas participaram nesta sexta-feira, 24 de janeiro, da oficina “Políticas Públicas para a Erradicação da Fome“, promovida pela Pastoral Operária de São Paulo, na PUC-RS. Os palestrantes Dirceu Travesso, do PSTU, e Waldemar Rossi, da Pastoral, falaram sobre o Programa Fome Zero de Lula e sobre alternativas para acabar com a miséria no país. Ambos criticaram o programa do governo, que se apresenta como um projeto assistencialista e, a exemplos de outros, não resolve de fato o problema.

Rossi falou das expectativas que existem sobre o governo Lula. Para ele, “Alguém que tem uma trajetória de luta é sempre uma esperança, mas nunca uma garantia”. Rossi também não poupou o governo de críticas quanto aos compromissos mantidos “Não se resolverá o problema da fome se não houver algum tipo de ruptura“. E conclui apontando para quem Lula deve governar: “o primeiro compromisso deve ser com o povo”.

Para Dirceu Travesso, há contradição no programa “entre dizer que todo mundo vai ter café, almoço e jantar e manter os acordos internacionais”. Ele ressaltou que a fome e a miséria só serão de fato erradicadas com políticas públicas de ruptura com o Fundo Monetário Internacional, com reforma agrária e política de subsídios, com moradia, saúde e educação, além de combater o arrocho salarial e o desemprego. Para ele, Lula deve suspender as negociações com a ALCA, hoje o principal plano para a dominação da América Latina pelo imperialismo norte-americano, que somente aumentaria a exploração no continente, ampliando o desemprego e as perdas salariais. Também foi incisivo ao criticar a equipe que Lula escolheu: “É inviável o povo tomar café, almoçar e jantar com Henrique Meirelles no Banco Central.”