Os recente assassinatos de moradores de rua demonstram a barbárie social em que vivemos. Pessoas são mortas simplesmente por serem pobres, miseráveis e por viverem nas ruas das grandes cidades.

Entre os dias 19 de agosto e 2 de setembro, sete moradores de rua foram assassinados em São Paulo, e cerca de 10 pessoas ficaram feridas. A prefeita Marta Suplicy (PT) culpa o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) por negligência. Já o governo tucano acusa membros da Guarda Civil Metropolitana (subordinada à Prefeitura) de agirem como grupo de extermínio contratado por comerciantes. Por causa das eleições, e para não prejudicar a candidatura da Marta, foi decretado sigilo processual sobre as investigações.

Democracia nas eleições

Em época de eleições, propostas mágicas para solucionar o problema da violência sempre voltam à cena. Os partidos de direita são os primeiros a propor uma legislação mais repressiva – como mais polícia nas ruas, aumento das penas, diminuição da maioridade penal e até pena de morte – que não combate as verdadeiras causas da criminalidade.

O PT, que um dia já foi defensor dos direitos humanos, hoje propõe essas mesmas medidas para “combater“ a criminalidade.

A verdade, no entanto, é que a pena de morte já existe no Brasil, de maneira informal nos “Tribunais de Rua“, onde jovens, pobre e negros são condenados à morte. Além disso, as punições penais vêm aumentando desde 1990, quando foi aprovada a Lei dos Crimes Hediondos: novas figuras de delitos foram criadas e direitos e garantias fundamentais foram suprimidos.

E, apesar de tudo isso, as taxas de violência continuaram crescendo. Entre 1980 e 2000, foram assassinadas 2,07 milhões de pessoas no Brasil (crescimento de 130% dos homicídios em 20 anos), numa média de 40 mil pessoas assassinadas por ano. Só em São Paulo ocorreram 11.300 homicídios em 2001.
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