Oposições nas bases da FUP devem disputar assembleias. FNP chama os petroleiros à Greve Nacional UnificadaA FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) está em queda de braço com a Petrobras. Este é o momento decisivo da campanha, pois a FUP (Federação Única dos Petroleiros) indicou aceitação da proposta. Mesmo assim, a FNP disputará a categoria nas bases da FUP e chamará a greve nacional unificada para o dia 23 de setembro.

A FUP indicou a aceitação da proposta na reunião do conselho deliberativo realizada neste sábado (18). Porém em muitas bases da Federação como, a plataforma Namorado 2, na Bacia de Campos (RJ) os petroleiros rejeitaram a proposta. Na Bahia, assembléias haviam rejeitado a proposta, antes mesmo do Conselho Deliberativo da Federação. O mesmo ocorreu em mais quatro sindicatos ligados à FUP que rejeitaram a proposta e chamaram a greve unificada.

Os petroleiros demonstraram que querem continuar lutando. Foi assim nas primeiras assembléias da Replan (Refinaria de Paulínia) e da Regap (Refinaria Gabriel Passos), onde ainda não aconteceram as maiores assembléias.

Nas bases da FNP, o Terminal de São Sebastião já votou greve dia 23. As principais assembléias também devem começar nesta segunda-feira (20).

Não se deixe enganar
A proposta apresentada pela Petrobras de aumento na RMNR não representa o aumento do salário base, pois o reajuste sequer repõe a inflação (fica abaixo do ICV-DIEESE) e, além de não dar nada para os aposentados, também prejudica os mais antigos (ATS não entra nesta conta).

A gratificação é ilusão para diminuir a insatisfação com o bônus especial da chefia, que, aliás, ganhará mais um abono de 100%.

Estes dois pontos, centrais da nova proposta, só fazem aumentar as discriminações.
A tentativa da Petrobrás é, como sempre, dividir a categoria. Ela sabe que os pouco mais de R$ 4 mil líquidos do abono vão ser um elemento favorável para a aprovação do Acordo, pelo menos para a parte da categoria que recebe menos. Não coincidentemente, os novos têm sido parte importante das mobilizações. O desafio da categoria é REJEITAR este “surbônus” e exigir AUMENTO REAL NO SALÁRIO BASE e PERICULOSIDADE PRA VALER.

É possível conseguir mais
Montadoras como a GM de São José dos Campos, chegaram a 9% de reajuste, e a Renault no Paraná a 10%, com aumento real além de abono, na Bahia os metalúrgicos também arrancaram 9% de reajuste e abono para os metalúrgicos da Ford de Camaçari. Os trabalhadores da Toyota, em Indaiatuba, e Mercedes Benz, em Campinas, recusaram o reajuste de 10,5% e decidiram entrar em greve.

Existe um processo de mobilização concreto na categoria petroleira. O dia 25 foi um importante dia de luta da FNP, o dia 3 foi uma MOBILIZAÇÃO NACIONAL UNIFICADA e o dia 14 surpreendeu os mais incrédulos com greves de 24 horas em São José dos Campos e Rio Grande do Sul.

Depois deste processo de mobilização, a Petrobras apresentou uma nova proposta, mas novamente é uma proposta rebaixada e aquém do que pode ser dado pela empresa. Esta é a questão chave.

Mas a direção do Sindipetro Caxias e da FUP quer acabar a luta pela metade. Depois de mais um teatro fingindo que iriam convocar uma greve para exigir os itens votados pela categoria, a direção da FUP/CUT indica a aceitação da proposta.

Rejeitar a proposta e consolidar a greve nacional unificada – O primeiro passo é rejeitar a proposta e derrotar o golpe dos aliados à direção da empresa. E discutir, em cada base à mobilização nacional.

A FNP já indicou o caminho, Greve Nacional Unificada dia 23. Todos à assembléia!

Com informações do Boletim n° 4 da FNP