Segundo relatório do fundo, o mundo terá pior recessão em 60 anosO Fundo Monetário Internacional está aos poucos deixando o otimismo de lado e caindo na real. Em seu relatório produzido para a reunião do G-20 em Londres, e divulgado no último dia 19, o fundo prevê diminuição de meio a 1% da economia mundial em 2009. Em janeiro, o FMI previa crescimento de 0,5%. Segundo o próprio fundo, este ano vai marcar a primeira retração global em 60 anos.

O fundo também reviu sua previsão para a economia norte-americana. De uma retração de 1,6%, o fundo aposta agora numa derrubada de 2,6% nos EUA. Já a Europa deve ter um tombo ainda maior. Segundo o FMI a zona do euro sofrerá uma retração de 3,2%. O caso do Japão é mais dramático. O país deve sofrer uma diminuição brutal de 5,8%.

Nem mesmo os pacotes trilionários despejados no mercado financeiro pelos países ricos devem reverter a recessão. Segundo o relatório do fundo, “apesar dos maiores pacotes de estímulo anunciados pelas economias desenvolvidas e os principais mercados emergentes, os volumes de comércio recuam rapidamente, enquanto os dados de produção e emprego sugerem que a atividade global continua a se deteriorar no quarto trimestre de 2009”.

Para amenizar o quadro catastrófico que se desenha para o próximo período, o FMI lança mão do argumento de uma variante do “descolamento” das economias emergentes, tão alardeado no início da crise financeiro. Segundo o fundo, as economias dos países periféricos não devem sofrer tanto os efeitos da crise, crescendo entre 1,2% a 2,5%. Mesmo assim, o FMI prevê uma brusca desaceleração para o Brasil, e recessão no México.

O relatório do FMI segue a previsão do Banco Mundial, divulgada no início de março, que adianta o risco de recessão para a economia mundial em 2009. Segundo o Banco, a queda da produção industrial deve chegar a 15%, e o comércio internacional sofrerá a maior redução em 80 anos.