Talvez uma das maiores provas da completa ausência de independência seja a submissão ao FMI. O fundo é bastante conhecido por sugar gigantescas somas de capitais com o pagamento da dívida externa, além de dirigir a política econômica dos governos, por meio de acordos firmado com eles.

No seu programa de TV, Lula diz que o país se tornou “independente do FMI”, porque não houve uma renovação do acordo com o fundo. Entretanto, isto não significa que o FMI deixou de dar as cartas na economia do país. O governo brasileiro fez questão de cumprir todas as metas com a entidade, como a do superávit primário que retira dinheiro da saúde, educação e reforma agrária para pagar a dívida. Só em junho, o superávit primário ficou em R$ 10,4 bilhões, o mais alto já registrado.

Dessa forma, todo o Estado brasileiro continua fazendo um esforço brutal para pagar uma dívida que não pára de crescer. O governo prevê o pagamento de R$ 530 bilhões em juros das dívidas interna e externa.

O pagamento da dívida faz com que o FMI imponha sua “cartilha” aos governos. Como, por exemplo, ocorreu com a reforma que destruiu a Previdência pública, feita por Lula em 2003. Agora tenta-se repetir a dose com a reforma trabalhista, que vai retirar direitos históricos como 130 salário e o FGTS.

Em um memorando de “entendimento”, o FMI “recomenda”: “Embora o mercado de trabalho brasileiro não seja perseguido por nenhuma rigidez grave, determinadas regulamentações e políticas podem contribuir para uma maior flexibilidade e para aumentar a produtividade do trabalho e o emprego formal (…) A necessidade de reformar a legislação trabalhista e de melhorar as políticas do mercado de trabalho se tornou mais urgente” (memorando de 1998). A reforma trabalhista, defendida por Lula e Alckmin, é mais uma clara ingerência do fundo na política do país.
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