O FMI foi criado a partir da Conferência de Bretton Woods, em 1944, evento que redefiniu a política econômica mundial após a depressão dos anos 30 e II Guerra Mundial. Foi na prática a institucionalização dos EUA como a grande potência hegemônica do mundo.

Ao lado do Banco Mundial, o FMI foi o principal organismo multilateral com o objetivo de resguardar essa ordem. Em todos os seus anos de vida, adequava sua política de acordo com os interesses do imperialismo. Nos anos 80, com a explosão da dívida externa nos países periféricos, atuou no sentido de garantir o pagamento dos juros da dívida aos investidores estrangeiros.

Nos anos 90, foi o grande impulsionador dos ajustes neoliberais, promovendo as privatizações e a abertura comercial. No Brasil, o governo Collor, seguido por outros, impôs essa política e decidiu combater a inflação abrindo o comércio. A concorrência estrangeira deveria forçar a queda nos preços. Nesse processo, as importações saltaram e a indústria nacional quebrou.

Isso provocou uma crise no Balanço de Pagamentos. Ou seja, o país ficou com falta de dólares para honrar seus compromissos externos. Já nas épocas de Itamar e FHC, o governo resolveu contornar esse problema atraindo o capital estrangeiro através da farra das privatizações, entregando as empresas públicas ao capital internacional. Ao lado disso, os acordos com o FMI garantiram empréstimos de dólares ao país continuar pagando os juros de sua dívida.

As contrapartidas exigidas pelo Fundo foram o corte profundo nos gastos públicos e um superávit cada vez maior. O FMI foi o gerente do imperialismo para a aplicação integral da política neoliberal. Com a crise do neoliberalismo, o fundo chegou a perder espaço e foi relegada a segundo plano. Mas o estouro da crise econômica mundial deu nova vida à instituição. Agora, o governo Lula e as grandes potências querem fazer crer que o FMI mudou.

Uma rápida olhada para um dos países que fazem parte de sua atual clientela refuta essa idéia. A Letônia, à beira da falência, pediu ajuda ao FMI. A economia do país deve diminuir 12% esse ano. Os ajustes exigidos pelo fundo devem piorar ainda mais essa situação. Os salários no setor público serão reduzidos em 10% a fim de conter os gastos do governo.

O FMI continua o velho FMI de sempre.

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