Protesto na quinta-feira, dia 2

Estudantes e trabalhadores unificam-se e enfrentam forte repressão policialDesde segunda-feira, a cidade de Florianópolis tem sido sacudida por grandes manifestações contra o aumento de 8,8% das tarifas dos ônibus municipais e intermunicipais da grande floripa, que diga-se de passagem já eram uma das mais altas do Brasil. Para ser ter uma idéia um trabalhador ou um estudante que mora no sul ou no norte da ilha, que possuem as tarifas mais caras, pagam R$ 6 por dia pra trabalhar ou estudar.

“Ô Dário Berger, seu milionário, o povo não é otário!“
O prefeito Dário Berger (PSDB) tenta enganar a população dizendo que essa é uma decisão judicial (a do aumento das tarifas) e não cabe a ele revogá-la. Porém todos sabem que o transporte é uma concessão do poder público às empresas e que o que não há é vontade política do prefeito, que também é dono de empresa de ônibus, em diminuir os lucros dos empresários.

“Não é ladainha! Com 3 real eu compro um quilo de tainha!“
Nesssa quinta-feira, dia 2, ocorreu a maior mobilização desta semana, no Centro da cidade, com a participação de mais de 5 mil pessoas, entre estudantes, professores, servidores municipais, estaduais e principalmente federais que iniciaram ontem uma greve nacional e, em Florianópolis, resolveram se unificar com a manifestação contra as abusivas tarifas da máfia do transporte.

Os manifestantes se concentraram, como em todos os dias anteriores, em frente ao Terminal Central dos ônibus e a idéia era fechar a ponte que liga a ilha ao continente, local estratégico para dar visibilidade ao ato. Porém, o aparato policial deslocado pelo governador do estado, Luís Henrique da Silveira (PMDB), para proteger seu comparsas e os interesses dos empresários, impediu os manifestantes de seguirem até o local. Mesmo com estudantes ajoelhados pedindo paz, a polícia lançou bombas de gás e atirou com balas de borracha, ferindo vários manifestantes.

A repressão policial tem ocorrido desde o primeiro dia das manifestações, com prisões de lideranças, ameaças por parte da polícia, que inclusive tem infiltrado um número muito grande de agentes no movimento, os conhecidos ‘P2’. Porém, ontem esta ultrapassou todos os limites, com dezenas de estudantes presos e muitos feridos depois de cenas de uma praça de guerra. Com isso, muitos dos manifestantes se revoltaram e, na dispersão do ato devido a repressão, se dividiram por vários locais do Centro e quebraram a sede do consórcio privado que controla os ônibus e terminais da cidade, além de vários bancos e da antiga sede da Câmara dos Vereadores, de onde inclusive botaram um grupo de policiais para correr.

Há informações de que uma tropa do Exército estaria sendo trazida do interior do estado para ajudar a reprimir as manifestações.

“É Lula lá, é Dário aqui, com a política do FMI!“
A única forma de conquistarmos de fato as reivindicações é continuar unificando todos os setores da classe trabalhadora e da juventude da cidade, como ocorreu já com servidores municipais, federais e estaduais, e seguir com grandes atos e ações radicalizadas. Também é decisivo conquistar o apoio de motoristas e cobradores, que já se mostram favoráveis, e unificar-se com sua possível greve, que pode estourar e paralisar a cidade a partir de segunda feira, dia 6.

O movimento deve unir as diversas categorias em luta, como os servidores municipais, que fizeram uma assembléia com 2.500 pessoas e os de São José, cidade vizinha, ligada pela ponte, que estão em greve. Os trabalhadores em saneamento também fizeram paralisação e chocam-se com o governo estadual, a exemplo dos professores na semana passada. Em outras cidades do estado, também começam a estourar lutas, como em Blumenau e em Criciúma.

“Chega de patrão! Eu quero a municipalização!“
Não podemos continuar com a maior tarifa do Brasil sendo explorados por grandes empresários que moram a beira-mar e riem, ao ver que no final de apenas uma semana lucram algo em torno de R$ 1.700.000, segundo dados dos jornais. Eles são apoiados por uma prefeitura corrupta, que é boa apenas para os que têm dinheiro, e ainda contam com apoio do governo do estado, que sequer oferece um reajuste decente aos servidores. Por isso, afirmamos, só haverá transporte público de qualidade e acessibilidade para todos se a prefeitura municipalizar as empresas do transporte coletivo sem indenização aos grandes empresários. E só haverá vitória em nossas mobilizações se continuarmos unificando os mais diversos setores da população em torno dessa reivindicação.

SOLIDARIEDADE
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