Sindicato rejeitou proposta e protocolou aviso de greveNum grave ataque aos metalúrgicos do setor aeronáutico, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) propôs zero de aumento real e redução de jornada com redução de salários.

O grupo, que tem como principal representante a Embraer, reuniu-se nesta quinta-feira, dia 29, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à Conlutas, na terceira rodada de negociação da Campanha Salarial 2009.

A contrapauta apresentada pela Fiesp inclui ainda flexibilização da jornada (banco de horas), exclusão das cláusulas sociais da Convenção Coletiva que garantem transporte, alimentação e o complemento ao auxílio previdenciário e alterações no adicional noturno e no pagamento de horas extras.

As propostas da Fiesp foram rejeitadas na mesa de negociação pelo Sindicato, que imediatamente protocolou aviso de greve e deu por encerradas as negociações. A categoria reivindica 14,65% de reajuste salarial, abono, antecipação da data-base de novembro para setembro, redução da jornada sem redução de salário e estabilidade no emprego.

“Esta foi uma grave afronta aos trabalhadores, que estão dando duro nas linhas de produção. Não aceitaremos, de forma alguma, essa tentativa de redução de salário e de direitos. A resposta será rápida e virá em forma de mobilização”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

Setor aeronáutico
Algumas empresas do setor aeronáutico estão negociando a Campanha Salarial diretamente com o Sindicato dos Metalúrgicos. A primeira a fechar acordo foi a Avibras, no último dia 26 de outubro, com um reajuste de 8,3% mais abono de R$ 600.

Na Sobraer e Sopeçaero, o impasse levou os trabalhadores a fazerem greve de 15 dias e o caso foi para dissídio coletivo. Em audiência de conciliação no dia de ontem, o TRT propôs 8,5% de reajuste retroativo a setembro mais PLR de R$ 750. As empresas têm até esta sexta para dizer se aceitam o acordo, do contrário, o caso irá para julgamento. Em assembleia, os trabalhadores aceitaram a proposta do TRT e aguardam a posição da empresa.

Outras fábricas, em especial as fornecedoras da Embraer, têm emperrado as negociações. “A Embraer está pressionando suas parceiras a jogar duro nesta Campanha Salarial. Mas os trabalhadores já demonstraram que não estão dispostos a ceder e que não aceitarão nada menos do que os acordos já fechados em outros setores”, conclui Herbert.

Na Graúna, em Caçapava, os metalúrgicos já aprovaram estado de greve e podem parar a qualquer momento. A própria Embraer já enfrentou a mobilização dos trabalhadores, que fizeram paralisações de duas horas e também já aprovaram estado de greve.