Redação

Sofrendo um índice historicamente baixo em sua popularidade e tendo que enfrentar uma série de mobilizações, o governo Temer partiu para a ofensiva em sua busca por votos para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional. Para isso, resolveu acelerar a liberação de emendas parlamentares aos deputados que votarem a favor da reforma.

O alvo é o grupo de 330 deputados “indecisos”. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, os projetos indicados por esses deputados totalizam R$ 1,9 bilhão, o que dá uma média de R$ 6 milhões a cada um deles. Esse é o preço estipulado por Temer pelo voto no “sim” quando a reforma da Previdência chegar ao plenário da Câmara.

A ideia é que os deputados usem esse dinheiro para obras em suas bases eleitorais e, assim, reverter parte do desgaste em votar um projeto que enfrenta a resistência de 71% da população, segundo Datafolha. Além da liberação de emendas, o governo usa toda a estrutura dos ministérios para distribuir cargos entre os parlamentares fieis.

A ofensiva de Temer também compreende uma campanha publicitária maciça nos meios de comunicação. Até agora o governo gastou quase R$ 30 milhões em publicidade para afirmar impropérios como o que o trabalhador nada vai perder com a aprovação da reforma. Além da verba específica para isso, o governo também ameaçou cortar qualquer tipo de publicidade oficial aos meios de comunicação que não defenderem a reforma.

Temer precisa de 308 votos para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara.

Ocupar Brasília e fazer nova greve de 48h
O balcão de negócios do governo Temer é a expressão precisa de como funciona esse Estado burguês: um bando de corruptos comprando literalmente o voto de deputados igualmente corruptos para aprovar o fim da nossa aposentadoria e dos nossos direitos trabalhistas. Isso é o que está acontecendo por trás dos eufemismos utilizado pela grande imprensa quando fala em “negociação” e “convencimento” da base aliada.

As centrais sindicais definiram o dia 24 de maio, quarta-feira, para ocuparmos Brasília e pôr abaixo essas reformas. Mas só isso não basta, precisamos exigir das direções das centrais que marquem uma nova Greve Geral, mas agora de 48h. Precisamos votar nas bases das categorias, nos sindicatos, assembleias, discutir e votar nos comitês de luta contra as reformas, a realização da Greve Geral de 48h, e não aceitar qualquer tipo de negociação em base a “emendas” de qualquer tipo.