Faleceu na tarde desse dia 14 de janeiro o companheiro Sinésio Júnior, conhecido carinhosamente como Júnior Bacana. Ativista de longa data, Bacana iniciou sua militância ainda na corrente Convergência Socialista nos idos de 1988, em Brasília. Em São Paulo, participou da fundação do PSTU. Militou em diversas categorias, como entre os trabalhadores do Metrô e da CPTM, mas o principal período foi sua atuação na USP e Fatec, entre 1992 e 1998. Nesse tempo, integrou a Secretaria Nacional de Juventude do PSTU.

Em 2000, Júnior foi morar na Inglaterra com sua companheira Mariane, onde fez doutorado em geoprocessamento. Lá dirigiu mobilizações em defesa dos imigrantes. Retornou ao Brasil em 2006 e foi morar no Ceará, onde militou na regional Fortaleza do PSTU.

Em 2008, já estava em São José dos Campos (SP), trabalhando no Inpe, quando descobriu estar com glioblastoma, um agressivo câncer no cérebro. Nesses dois últimos anos, Bacana passou por diversas cirurgias e um complicado tratamento, enfrentando a dura situação com incrível coragem e determinação. Certamente contribuiu para isso o nascimento de seu primeiro filho, Ricardinho.

Bacana passou por três cirurgias no cérebro e inúmeras seções de quimio e radioterapia, além de uma cirurgia para conter uma trombose. Após as cirurgias, começou a perder parte dos movimentos e perdeu a fala, mas nunca desistiu de estar vivo.

Sempre foi um companheiro ativo, alegre, aguerrido e muito inteligente. Desses companheiros que irradiam otimismo e simpatia e são muito sociáveis porque amam a vida, amam o mundo e vivem querendo mudá-lo.

Ainda tão jovem para se ver acometido por uma doença tão terrível, Júnior não se abateu e foi um exemplo de luta e de otimismo, mesmo num momento tão difícil. Durante os difíceis meses de tratamento, ele pode contar com o apoio e o carinho de seus eternos camaradas de partido. Mesmo para os que não o conheceram durante sua militância política, ficou o exemplo de coragem.

Ele será enterrado nesta sexta-feira, 15 de janeiro, às 9h em São José dos Campos.

À sua esposa Mariane, a seu filho Ricardinho, aos seus familiares – sobretudo à sua mãe, dona Glória – desejamos força e coragem nesta hora de sofrimento.

Ao companheiro Júnior Bacana, dizemos presente, porque ele seguirá nos inspirando com sua coragem e otimismo na nossa luta pelo socialismo. Sabemos que Júnior diria, como Trotsky, que a vida é bela e que as gerações futuras devem lutar para livrá-la de todo o mal.

Companheiro Júnior, presente!

Leia abaixo o cordel em homenagem a Júnior Bacana, escrito por Nando Poeta:

Junior Bacana

Vindo lá de Brasília
Em São Paulo militou
Na USP e na FATEC
Juventude organizou
CPTM e Metrô
Ele lá já trabalhou.

Foi pra terra da rainha
Passou longa temporada
De volta para o Brasil
Ceará foi à morada
Foi na terra de Natal
Conheci o camarada.

Espero que no momento
Possa vencer a batalha
Um cara que sempre foi
Amigo de quem trabalha
Que o controle da doença
Se contenha e não espalha.

O Junior que é bacana
É sempre o lutador
Que a sua militância
É lembrada com louvor
Juntamos a essa luta
Ao sofrimento e a dor.

Mariane, Dona Glória
E também o Ricardinho
Que a nossa militância
Fez juntar a esse ninho
Da Solidariedade
Que mantemos com carinho.

Notícia atualizada na madrugada do dia 15 de janeiro

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