``IraquianoNo entanto, em que pese algum êxito inicial, muitas vezes métodos como o da tortura terminam, cedo ou tarde, voltando-se contra o próprio exército ocupante. Por um lado, aumentam o ódio popular contra o invasor e ajudam a fortalecer a resistência. Esse fato já está ocorrendo no Iraque, com uma resistência militar cada vez mais extensa e audaz em seus objetivos e operações (ver edições anteriores do Correio Internacional). Por outro lado, são um fator de divisão e de fratura do exército ocupante, entre um setor que assume esses métodos para si, como a única forma de ganhar a guerra, e outro, mais profissional (ou que já não acredita mais no suposto objetivo de “defender a democracia e a liberdade”), que entra em contradição e começa a se negar a aplicar as torturas.

Essa também é uma situação já vivida pelo exército ianque no Vietnã e retratada em muitos filmes, como Platoon ou Nascido em 4 de Julho. Os primeiros sintomas dessa divisão já começaram a se ver no Iraque.

Outro elemento que ajuda a abalar a moral das tropas ianques são as organizações de pais e familiares de soldados enviados ao Iraque que, dentro dos Estados Unidos, lutam contra a guerra e reivindicam a volta de seus “meninos”. Em edições anteriores, informamos sobre Bring them home (Tragam-nos para casa). Outra organização como essa é o Militaries families speak out (As famílias dos soldados falam claro), integrada por cerca de dois mil membros. Fernando Suárez del Solar, pai de um soldado morto em combate e um de seus mais ativos militantes, declarou ao jornal Obrero Socialista: “Se unirmos todos os pais de soldados, podemos mudar as coisas e acabar com a guerra”.

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