Soldados que reprimiram haitianos foram convocados para a operação.Soldados do exército foram mobilizados para atuar no conjunto das favelas do Alemão e na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. O grupo foi cedido pelo Ministério da Defesa para auxiliar a Policia Militar a ocupar a região. Cerca de 800 soldados em mais de 50 viaturas vão cercar e isolar a área do Alemão para que ela seja ocupada pela polícia.
A autorização para que os soldados fossem enviados foi dada pelo presidente Lula.

A ação do exército vai piorar o clima de violência indiscriminada nas comunidades, e quem vai sofre com isso são os moradores, não o tráfico. Algo que já foi prenunciado pelas declarações do general do Exército José Carlos de Nardi. Questionado sobre a possibilidade de um confronto direto entre criminosos, ele respondeu: “Se tiver confronto, infelizmente vamos ter partir pra isso” .

Vendida como uma “operação histórica” pela grande mídia e pelos governos, as ações do último dia 26 e 27 se assemelham mais a um show pirotécnico que tem consequências trágicas para a população das comunidades. As prisão e mortes nas favelas do Rio de Janeiro e a brutalidade na ação policial nas ocupações não colocarão fim ao tráfico, nem acabarão com a criminalidade. A ação só humilha, agride e mata os moradores das comunidades, especialmente jovens, negros e desempregados, enquanto os traficantes “fogem” para outros morros.

O ministro Nelson Jobim, informou que militares com experiência no Haiti também foram convocados para ajudar a polícia do Rio. No país caribenho, as tropas da ONU lideradas pelo Brasil são acusadas de violação dos direitos humanos e de promoverem massacres em favela de Porto Príncipe. Agora, os governos Cabral e Lula mobilizam essas tropas para entrarem nas comunidades cariocas.

Em 2008, tropas do exército ocuparam o Morro da Providência, a mais antiga favela da cidade do Rio. Na época, solados do exército foram acusados de participar do assassinato de três jovens do Morro da Providência. Eles foram aprisionados pelos solados e entregues a um traficante de uma comunidade rival, o Morro da Mineira.
Como se pode ver, o exército não está livre das ramificações do tráfico.