Por que eleger um vereador revolucionário? O que ele poderá fazer pelos trabalhadores? Essas são algumas das perguntas de muitos trabalhadores. Confira algumas experiências de militantes do PSTU que foram vereadores.Mauro Puerro foi vereador pela Convergência Socialista (CS), uma das organizações fundadoras do PSTU, entre 1989 e 1992, em São Paulo (SP). Na época, a CS ainda era uma corrente interna do PT, e Mauro era vice-presidente da CUT-SP.

Durante o mandato, ocorreram enfrentamentos dos trabalhadores com a prefeitura petista de Luiza Erundina, como a greve dos professores e dos condutores. “A maioria dos vereadores do PT ficou com a prefeitura. Mas, entre a prefeita e o movimento, fiquei com os trabalhadores”, disse Mauro.

Fábio José cumpriu mandato de vereador entre 2001 e 2005, na cidade de Juazeiro do Norte (CE). Sem gabinete e sem nenhum assessor, Fábio José fez um mandato das ruas. “Durante os quatro anos, não houve praticamente uma categoria com a qual não estabelecemos algum tipo de relação”, relata. O apoio fundamental do mandato eram os professores, servidores, professores e estudantes da Universidade Regional do Cariri, estudantes do Cefet, mototaxistas, ambulantes e secundaristas, que realizaram uma importante campanha do passe livre.

Segundo Fábio, “o mandato começou sob o signo da ocupação do Paço Municipal pelos professores, cujos salários estavam atrasados. Por 15 dias, manteve-se a ocupação com nosso apoio político e material”.

Educar os trabalhadores
O mandato de Mauro apresentou vários projetos defendendo os trabalhadores. Entre eles, um projeto alternativo à municipalização do transporte coletivo de São Paulo. Na prática, a municipalização era o início da privatização do transporte público da capital. “A bancada de vereadores do PT se dividiu, e eu liderava aqueles que se posicionaram contra o projeto. Mas a pressão foi muito grande e eu votei praticamente sozinho contra o projeto”, relembra Mauro.

“Contra esse projeto apresentei um outro chamado Tarifa Social, no qual os empresários também pagariam pela tarifa, através de um imposto sobre as grandes empresas que aumentava progressivamente conforme seus lucros. Dessa forma, a tarifa cairia e a população pagaria mais barato”.

Já Fábio José apresentou projetos para a juventude, como o passe-livre. O passe também foi uma das principais bandeiras do vereador da Convergência Socialista no Rio de Janeiro, Guilherme Haeser, no final da década de 1980 e começo dos anos 1990. O projeto levou milhares de estudantes ao plenário da Câmara, forçando a aprovação e mostrando a importância de ter um mandato a serviço das lutas.

No Ceará, outro projeto de Fábio José reduzia os salários do prefeito, secretários e verea¬dores para repassar a diferença aos professores. O projeto, porém, não foi aprovado.

Mais do que o apoio às lutas, o que diferencia o mandato revolucionário é estar a serviço de uma estratégia maior, a revolução e o socialismo. Como explica Mauro Puerro: “apresentávamos projetos para mostrar os limites daquela instituição e educar os trabalhadores e a vanguarda de que era preciso avançar na busca por uma outra forma de poder”.

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