Foi um completo sucesso o II Ciclo de História do Marxismo – A teoria marxista da revolução, evento organizado pelo MRS (Movimento Ruptura Socialista) na Unicamp nos dias 6 e 7 de abril. Apesar de se tratar de um evento acadêmico, nenhum auxílio por parte dos órgãos institucionais da Unicamp foi concedido. Coisa que para o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp são corriqueiras, como a disponibilização de transporte e pró-labore para os participantes de eventos desta natureza, foram negados. Quem conseguiu cobrir esta falta foram os próprios participantes, vindos por conta própria, e a Associação de Pós-graduandos (APG) que concedeu auxílio em dinheiro para custear a viagem. Contribuíram também enormemente o Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) do IFCH, o Instituto Latino-americano de Estudos Sócio econômicos (Ilaese) – ambos contribuindo para a divulgação do evento – e o Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) da Unicamp, este, que apesar de não contribuir monetariamente, permitiu a utilização de sua infraestrutura neste evento.

Apesar dos entraves, consideramos que o II Ciclo atingiu seu objetivo maior: a discussão profunda dos impasses teóricos e práticos do pensamento marxista, nas suas mais importantes vertentes (Lênin, Rosa, Trotsky, Mao, Che e Gramsci), contribuindo, dessa maneira, para a divulgação das idéias e experiências revolucionárias entre a juventude e para um maior entendimento da conjuntura nacional e internacional. Nesse sentido, destacou-se o debate de encerramento, com a presença de Altamiro Borges, do PCdoB, de André Ferrari, da ESD, e de Eduardo Almeida, do PSTU, na qual se discutiu os rumos do governo Lula, a construção de um novo partido e as tarefas dos socialistas na atual conjuntura.

Além de sucesso de crítica, o II Ciclo foi um sucesso de público: algumas mesas atingiram o pico de 150 espectadores, que lotaram o Auditório e a sala de retransmissão do IFCH. O MRS se fez presente em peso, vendendo materiais do partido e discutindo com novos interessados a construção de um movimento estudantil revolucionário que rompa com a burocracia da UNE e que aja numa perspectiva anti-imperialista e anti-capitalista, dando, assim, mais um passo para o fortalecimento de um organismo que efetivamente defenda os interesses da classe trabalhadora.