Contra a flexibilização, nove refinarias estão paralisadas no país desde domingo, dia 1º de fevereiro

Os petroleiros dos Estados Unidos iniciaram no domingo, dia 1º, a maior greve já realizada no país desde 1980. O objetivo é dizer “não” às tentativas de flexibilização dos direitos e exigir mais segurança nos locais de trabalho.

A greve atinge cerca de 3.800 trabalhadores em nove refinarias do país, em estados como Texas, Califórnia, Kentucky e Washington. O movimento teve início após o término do último acordo firmado entre as petrolíferas e a United Steelworkers (USW).

A USW representa os trabalhadores em mais de 200 refinarias, terminais, fábricas de produtos químicos e oleodutos em todo o país. A entidade afirma que as nove refinarias paradas respondem por mais de 10% da capacidade de refino de petróleo norte-americana.

As negociações entre a USW e a Royal Dutch Shell, representante das chamadas “Big Oil”, as grandes empresas de petróleo como Exxon Mobil, Chevron e Tesoro tiveram início no dia 21 de janeiro. Após cinco rodadas de negociação, com propostas recusadas pelos representantes dos trabalhadores, a greve teve início. A última proposta foi classificada como “um insulto” e causou revolta entre os trabalhadores.

Flexibilização e insegurança
Os principais objetivos da mobilização são derrotar as tentativas de flexibilização no setor, exigir o fim da terceirização e mais condições de trabalho e segurança. Os operários também criticam o alto custo do convênio médico para os petroleiros.

As petroleiras têm se beneficiado da contratação de empresas terceirizadas para realizar os trabalhos e, com isso, economizam milhões em benefícios sociais como previdência e férias. Esse se tornou o principal ponto na negociação e, agora, tentam regularizar essa prática.

Os petroleiros norte-americanos sofrem com o mesmo processo de terceirização e flexibilização que os trabalhadores brasileiros enfrentam há anos. A luta contra a ganância dos patrões é mundial. Nossa entidade envia toda a solidariedade à luta histórica dos companheiros”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos Herbert Claros.

A última greve nacional no setor foi realizada há 35 anos, em 1980, e durou três meses.