Até assessor de Lula reconhece que Bush não tem porque se preocupar com a política da VenezuelaMais um atrito entre Hugo Chávez e o governo norte-americano. O secretário–assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Defesa dos EUA declarou ao jornal britânico Financial Times que Chávez está “subvertendo” a América Latina e que, por isso, seria necessário contê-lo.

O presidente venezuelano tem afirmado com estardalhaço que os norte-americanos pretendem matá-lo. Um exagero e tanto, já que Chávez não tomou qualquer medida antiimperialista de peso para correr tamanho risco. Ao contrário, segue pagando religiosamente a dívida, não interrompeu a distribuição de petróleo aos EUA e tampouco puniu os golpistas que agiram a mando de Bush em 2002.

Bush e seus empregados não criam conflitos reais com Chávez porque sua política não os ameaça de fato. No entanto, frente às insurreições e ao crescente descontentamento dos povos latino-americanos, não é permitido que qualquer governo tenha diferenças com os EUA, ainda que pontuais e quase inofensivas, como o venezuelano. Neste sentido, é sintomático que o governo Lula intervenha nos episódios que envolvem este país para garantir a democracia burguesa, ou seja, o servilismo ao imperialismo.

É só retórica
O assessor especial de Política Externa do governo brasileiro, Marco Aurélio Garcia, que tem buscado intervir nos episódios que envolvem a Venezuela (para garantir a democracia burguesa, ou seja, o servilismo ao imperialismo), esclareceu bem o que se passa. Declarou que Bush não deveria se preocupar com Chávez, pois seus incendiários discursos são apenas exercícios de retórica.