A desocupação do Pinheirinho foi um espetáculo de violência com requintes de crueldade. Duas jovens denunciaram que foram estupradas no Campo dos Alemães, na noite do dia 22 de janeiro.

A Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), acusada pelos crimes, é a tropa da PM conhecida por abusos contra pobres e assassinatos. As vítimas contaram que os soldados invadiram a casa, rendendo um jovem de 17 anos e sua mulher, de 26. Na casa, havia seis pessoas, inclusive um idoso de 87 anos.

A jovem de 26 anos foi isolada e estuprada durante quatro horas pelos policias. No depoimento, ela contou que “foi retirada da casa e, segundo ela própria, mais uma vez seviciada no interior de uma viatura cinza, que identificou como sendo do grupamento Rota”. A jovem contou, ainda, que os policiais cheiraram cocaína na viatura.
O estupro é muito utilizado como tática de guerra para humilhar e render uma população. Esse foi o intuito da Rota, e o caso não pode ser visto como uma ação isolada de policiais sem caráter. Esse não foi o único abuso na desocupação. Porém o caso ilustra o quanto as mulheres estão mais expostas à violência em ações desse tipo.