Os ventos da indignação parecem ter voltado a soprar em Natal (RN). Nos dias 29 e 31 de agosto, estudantes universitários e secundaristas foram às ruas da capital potiguar para protestar contra o aumento na tarifa de ônibus, de R$ 2,20 para R$ 2,40, anunciado pela Prefeitura no último dia 27. O anúncio pegou a população de surpresa, já que a prefeita Micarla de Sousa (PV) havia prometido não aumentar a passagem, o que desencadeou o início de uma revolta na cidade.

Nos dois protestos ocorridos até agora, convocados pelas redes sociais, ruas e avenidas de Natal, e até mesmo a BR-101, foram tomadas por mais de duas mil pessoas que exigiam a revogação imediata do aumento, de quase 10%, e o passe-livre estudantil. Na primeira manifestação, houve repressão da polícia militar, que usou a Tropa de Choque para disparar bombas de efeito moral e balas de borracha.
Vestidos de preto, com cartazes e os rostos pintados, os estudantes manifestavam indignação em palavras de ordem e responsabilizavam a prefeita pelos transtornos do aumento. Após o novo valor entrar em vigor, vários passageiros foram barrados nas catracas por não terem toda a quantia. “O povo na rua, Micarla a culpa é sua!” e “Mãos ao alto, esse aumento é um assalto!”, eram as palavras de ordem mais ouvidas.
Segundo Géssica Régis, estudante de História da UFRN e militante da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), os protestos vão continuar até que o aumento seja revogado. “Isso é o mínimo que nós podemos fazer para mostrar a nossa revolta. Não somos um bando de ignorantes e não vamos aceitar o aumento. Queremos a revogação desse aumento já e o passe-livre para estudantes e desempregados.”, exigiu.

Candidata a vereadora em Natal pelo PSTU, a professora Amanda Gurgel criticou o aumento em seu programa de TV. “A gente dorme pagando R$ 2,20 e acorda pagando R$ 2,40. Por trás disso, existem uma Câmara de Vereadores e uma prefeita que castigam a população para agradar os empresários.”, disse Amanda no vídeo.

A professora também defende a revogação imediata do aumento da tarifa de ônibus, a redução do valor da passagem e a criação de um novo sistema de transporte. “Precisamos de uma empresa pública de transporte, que possa oferecer um transporte de qualidade e a preço de custo, enfrentando a ganância sem limites das empresas privadas.”, destaca.
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