Os estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) estão preparando mobilizações no Rio de Janeiro e em São Paulo. O que unifica cariocas e paulistas são os ataques da direção da universidade, que vem reduzindo bolsas e aumentando mensalidades. Além disso, em ambas as unidades, cresce o debate sobre a reforma Universitária, de Lula e do FMI, e sobre a necessidade de construir a Conlute como alternativa à UNE governista.

No Rio de Janeiro, o DCE acabou de realizar uma calourada, onde, além da reforma Universitária, debateu-se a situação do país, a luta contra a ocupação do Iraque e os direitos das mulheres. Com passagens em sala e panfletagens, a calourada foi importante também para preparar a luta. Nesta quarta, 16, uma assembléia aprovou um comitê de mobilização, para derrotar os aumentos nas mensalidades e no bandejão e a suspensão das bolsas. Segundo Daniel Macedo, do DCE, esses ataques fizeram com que “a PUC pareça uma panela de pressão, pronta para estourar a qualquer momento”.

Em São Paulo, a temperatura também está aumentando. Nesta segunda, 14, um ato reuniu cerca de 300 estudantes, que percorreram todo o campus exigindo a ampliação das bolsas e criticando a reforma Universitária. Segundo nota do Centro Acadêmico Clarice Lispector, do curso de Letras, “o ato foi vitorioso, no sentido de chamar a atenção da universidade para um problema que é gritante, a falta de bolsas da PUC para todos os que querem estudar”. A passeata foi recebida por um representante da reitoria, que marcou uma reunião com os alunos para esta quinta, às 18h. Os alunos, que também lutam pela matrícula dos inadimplentes e pela anistia da taxa de matrícula aos estudantes carentes, exigem que a reunião com a reitoria seja aberta a todos e estão convocando amplamente a reunião.

DIA DE LUTA – Enquanto a União Nacional dos Estudantes prepara uma jornada em apoio à reforma Universitária, os estudantes ligados à Conlute (Coordenação de Luta dos Estudantes) preparam passeatas e atos para a semana do dia 28 de Março, tradicional dia de luta, em memória do estudante Edson Luiz, assassinado em 1968, no restaurante Calabouço. No Rio de Janeiro, o ato será realizado no dia 31 de março, em função de um feriado.