Mais um reitor está na mira dos estudantes. Depois de Timothy Mulholland, reitor da UnB que pediu demissão após os estudantes da universidade ocuparem a reitoria, agora é a vez do reitor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Ulysses Fagundes Neto, enfrentar a indignação dos alunos. O reitor da universidade utilizou o cartão corporativo para pagar despesas pessoais entre 2006 e 2007 em viagens e jantares no Brasil e no exterior.

Nesses dois anos, Ulysses gastou R$ 85 mil em recursos públicos, contando gastos com produtos eletrônicos e despesas numa viagem à Disney. Compra de malas em Hong Kong, artigos esportivos durante a Copa do Mundo na Alemanha e cerâmicas na Espanha também foram pagos com dinheiro público. Acuado, o reitor atacou a imprensa. “Falam que comprei malas nos Estados Unidos. Não foi. Foi na China. E comprei porque as minhas arrebentaram em Hong Kong”, tentou justificar durante entrevista coletiva concedida no anfiteatro da universidade no último dia 16.

O reitor foi convocado para prestar depoimento à CPI dos Cartões Corporativos, além de ter de prestar contas ao Ministério Público Federal. Desfilando um conjunto de pérolas que expressa sua desfaçatez no uso de recursos públicos, Ulysses chegou a afirmar que achava que o cartão “era como uma diária, um dinheiro que você bota no bolso e não tem de explicar”.

Enquanto o reitor tentava se explicar a jornalistas, do lado de fora, centenas de estudantes de vários campus da universidade protestava contra o reitor. “Reitor fanfarrão, pede pra sair”, exigia uma das faixas. Os estudantes não descartam ainda ocupar a reitoria exigindo a saída do reitor corrupto. “O Timothy já foi, Ulysses vai depois”, era uma das palavras-de-ordem gritada durante a manifestação.