O prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani (PTB), achou que poderia convencer a população da cidade mineira de que o aumento da passagem de ônibus era justo. Com outdoors, inserções na TV e vinhetas no rádio, a prefeitura propagava que a “mudança” de R$ 1,30 para R$ 1,55 era necessária para a melhoria do transporte.

Nada mais falso. A resposta foi dada pelos estudantes no dia em que entrou em vigor o aumento.

O ato saiu do campus da UFJF em uma longa caminhada até o centro da cidade. No ato do dia seguinte, a polícia, que no primeiro dia só observou, usou a cavalaria e spray de pimenta, agredindo os manifestantes que fechavam as ruas e até repórteres.
O movimento não se abalou e prosseguiu, formando o Comitê Contra o Aumento da Passagem e pelo Passe Livre, que já conta com 33 entidades e organizações estudantis, sindicais e populares.

Em menos de três semanas, já são oito dias de ruas paradas. No dia 7, mais de mil estudantes fecharam por seis horas as principais avenidas, o que obrigou a prefeitura a receber o movimento. A secretária de Articulação Interna, Nininha, além de afirmar que a passagem não abaixaria, ameaçou a Comissão de Negociação dizendo que a polícia esperava-os na saída.

Segundo Fabrício Linhares, militante do PSTU e apoiador da Conlute, “o movimento está demonstrando que só com a mobilização dos estudantes junto com a classe trabalhadora conseguiremos derrotar o aumento e conquistar o passe livre”.
As mobilizações estão servindo como uma experiência com a democracia dos ricos. O prefeito Bejani tinha como uma das propostas centrais de campanha a redução da passagem para R$ 1,10 e criticava os ex-prefeitos pelos aumentos. É público que o prefeito do PTB recebeu, na campanha eleitoral, R$ 92 mil do PT. E, após a posse, nomeou o irmão do picareta Roberto Jefferson como gerente de Planejamento Estratégico.

Post author João Gabriel, de Juiz de Fora (MG)
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