Estudantes da UFMG ocuparam nesta terça-feira o Conselho Universitário para tentar impedir a votação de um regimento que amplia punição aos estudantes e centraliza o poder de decisão nas mãos do reitor. Confira a nota elaborada pela Comissão de ComunicaçãCom a proposta de aprovar um novo regimento interno para Universidade, iniciou-se hoje, 15 de dezembro, às 10 horas, reunião do Conselho Universitário da UFMG.

Todo o movimento estudantil se colocou, desde o início, contrário à aprovação da proposta de novo regimento por entender que ele centraliza o poder de decisão na mão do reitor e nos diretores de unidades, diminuíndo o poder das decisões colegiadas, relativiza a participação discente e adota um regime disciplinar punitivo, retrocedendo em muitos aspectos em relação ao regimento atual.

Na manhã de hoje os estudantes tentaram, ainda no saguão de entrada da Reitoria, convencer os conselheiros a votarem contra a proposta. Na reunião, a bancada discente posicionou-se contra a proposta, mas o reitor, de forma intransigente, colocou a votação em regime de urgência, impedindo a bancada de pedir vistas ou fazer qualquer discussão com a comunidade acadêmica sobre o processo.

Com o intuito de impedir a continuidade dessa reunião, cerca de 80 estudantes entraram na sala e fizeram a proposta de adiamento da votação para fevereiro de 2010, quando se iniciam as aulas, uma vez que a votação ocorre no final do ano letivo, sem discussão previa nos departamentos, congregações, no Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão e nas unidades. O reitor não acatou a proposta e suspendeu a reunião por tempo indeterminado. Já no inicio da ocupação, um estudante foi agredido por segurança da universidade por tentar ajudar outros estudantes a entrarem na ocupação.

Os estudantes instalaram uma assembleia e aprovaram por unanimidade manter a ocupação do Conselho Universitário até manifestação deste e o atendimento da pauta de reivindicação aprovada no conselho de DA´s e CA´s e pelo DCE, que se segue abaixo.

– Realização de Audiências, Assembléias, discussões nas Congregações, Departamentos e demais espaços da universidade para elaboração de uma nova proposta de Regimento;
– Por um Regimento que garanta democracia nas decisões da universidade, não centralizando poderes;
– Que o novo Regimento não tenha um caráter repressivo, mas educativo em relação aos estudantes.